Comecemos pela equipa. A Ana Rita Sena, a Cristiana Reis e o Odacir Júnior. Para as duas primeiras, o Rock in Rio no Brasil representou a estreia num grande trabalho no exterior, para o último a única novidade era a equipa que ia consigo. O encontro entre estreias e experiência foi o nosso ponto de equilíbrio no terreno. O que nos trouxe uma amizade e cumplicidade foram os momentos que não se viram nas reportagens. E as gargalhadas constantes e camaradagem compensaram o cansaço. Vamos contar alguns, em pequenos textos.
HAJA PERNAS PARA TANTO RECINTO
O recinto tinha o dobro do da última edição do festival: 300 000 metros quadrados! Como os nossos motivos de reportagem não estavam sempre no mesmo local, tínhamos de percorrer tudo várias vezes por dia, com material às costas.
Quando o recinto estava vazio e era de dia, o cansaço das pernas estendia-se ao resto do corpo por causa do sol intenso; quando o recinto estava cheio e era de noite, era uma verdadeira aventura abrir caminho por entre a multidão com a câmara, tripé e mochila com material! No primeiro fim de semana de Rock in Rio foi esta a nossa vida, mas no último descobrimos que tínhamos acesso a uns corredores técnicos...e aí, bem, começou outro capítulo.
Alguns elementos do staff tinham um carrinho de golfe e nós, claro, aproveitamos logo para pedir boleia...desculpem, carona. Então, andávamos os três carregados com material a correr e a gritar que nem loucos atrás desses nossos salvadores até que eles parassem.
"BUENOS TRABAJOS vs. SO YOU SPEAK ENGLISH?"
Pois. A maior parte dos brasileiros com que nos cruzámos não percebe português. Às vezes usávamos o tradutor que levámos (ok, isto é uma piada porque o nosso repórter de imagem, o Odacir Júnior, é brasileiro), mas quando falávamos ouvíamos respostas como "Buenos trabajos" ou "Do you speak english?".
Cada vez que era preciso fazer uma entrevista com os festivaleiros havia a tendência para perguntar em português, eles não entendiam e mudava-se para uma espécie de brasileiro... que depois, na hora de ver as imagens para editar a peça, soavam a um "portunhol-com-açúcar" que nos alimentou muitas gargalhadas.
À ESPERA DOS GUNS N' ROSES...EM IMAGENS
E aquela noite em que os Guns N' Roses nos puseram à espera da autorização para usarmos as imagens do concerto até às 5 da manhã? A banda norte-americana foi uma das mais aguardadas da edição deste ano. Deram quase 4 horas de concerto e ninguém da equipa respondeu antes do concerto terminar... nem depois! (Aqui temos de recordar que no Rio de Janeiro são menos quatro horas do que em Portugal. Ora, para a nossa reportagem entrar no Jornal das 6 da manhã, na SIC Notícias...precisávamos de a enviar, no máximo, até às 2 da manhã, hora local).
ESPALHAR O NOME DA SIC
Éramos apenas uma equipa de três pessoas. Mas foi muito reconfortante percebermos que andámos tanto por aquele recinto, fizemos tantas entrevistas e fomos a tantos sítios que ao fim de alguns dias, já havia, entre o público, quem visse o micro ou a câmara da SIC a passar e dissesse: "é a televisão portuguesa!".
Pela nossa parte, pelo orgulho que temos em fazer parte desta casa... é muito bom sentir que contribuímos para o nome da SIC chegar a mais pessoas. Por isso, obrigada e parabéns pelos teus 25 anos.
A equipa,
"Ana Rita Sena, Odacir Júnior e Cristiana Reis...a SIC no Rio de Janeiro"