"Entrou na Turquia no dia 2 de janeiro proveniente de Madrid. Há imagens dela no aeroporto. Depois, viajou para a Síria a 08 de janeiro. Isto é claro a partir dos registos telefónicos", disse o ministro, citado pela agência Anatólia.
Hayat Boumedienne era companheira de Amedy Coulibaly, suspeito do assassínio a tiro de uma polícia no dia 8 de janeiro, num subúrbio sul de Paris, e do sequestro de duas dezenas de pessoas num supermercado 'kosher', no dia seguinte, na capital francesa.
Na Turquia, a jovem de 26 anos ficou alojada num hotel do lado oriental de Istambul, acompanhada de outra pessoa, segundo o ministro.
Cavusoglu não deu pormenores sobre a identidade da outra pessoa nem esclareceu se Boumedienne viajou sozinha para a Síria.
O ministro disse que as autoridades turcas transmitiram a informação às autoridades francesas assim que a obtiveram. "Dissemos-lhes: a pessoa que procuram esteve aqui e passou para a Síria ilegalmente".
O ministro do Interior turco, Efkan Ala, explicou por seu lado que Boumedienne não foi impedida de entrar no país porque não havia qualquer pedido nesse sentido nem qualquer alerta para que se trataria de uma pessoa perigosa.
Responsáveis turcos citados pela imprensa confirmaram que Hayat Boumedienne já não estava em França quando começaram os ataques que levaram à morte de 17 pessoas.
Os ataques começaram a 07 de janeiro, quando os irmãos Chérif e Said Kouachi mataram 12 pessoas na redação do semanário satírico Charlie Hebdo, no centro de Paris. A 08 de janeiro, Coulibaly disparou contra uma polícia e um varredor, matando a primeira, num subúrbio a sul da capital francesa e, a 09 de janeiro, sequestrou duas dezenas de pessoas num supermercado de produtos judaicos em Paris, em que morreram quatro reféns.
Tanto os irmãos Kouachi como Coulibaly foram mortos pela polícia.
O jornal turco Yeni Safak noticiou na sua edição de hoje que Hayat Boumedienne esteve na Turquia acompanhada de Mehdi Sabry Belhoucine, um cidadão francês de 23 anos, e que viajou de Istambul para a cidade de Sanliurfa, perto da fronteira com a Síria, entrando no país pelo posto fronteiriço de Akçale, um dos pontos de passagem mais usados pelos 'jihadistas'.
Lusa