Se se confirmarem as previsões dos últimos dias, avizinha-se uma espécie de batalha entre David e Golias, entre "Estado de Guerra", de Kathryn Bigelow, e "Avatar", de James Cameron, os dois filmes mais nomeados.
De um lado está "Estado de Guerra", uma produção de baixo custo, um filme realista e actual sobre uma operação militar no Iraque, e do outro está "Avatar", superprodução de ficção científica que custou mais de cem milhões de euros e que apresenta a mais avançada tecnologia no cinema.
Ambos têm nove nomeações para os Óscares, disputam dois dos mais importantes prémios - melhor filme e melhor realização - e fizeram o seu próprio percurso na conquista de outros galardões.
James Cameron foi eleito o melhor realizador nos Globos de Ouro, mas Kathryn Bigelow foi premiada nos BAFTA e eleita pelos seus pares, pelo sindicato de realizadores dos Estados Unidos.
O realizador canadiano, 55 anos, conquistou em 1998 o Óscar de melhor realizador por "Titanic", o filme que nesse ano arrebatou onze estatuetas douradas.
Kathryn Bigelow, 58 anos, é a quarta mulher a ser nomeada para melhor realização, mas se vencer será um triunfo histórico, já que a Academia nunca distinguiu até hoje uma realizadora.
Várias publicações internacionais têm apostado numa divisão de prémios entre Kathryn Bigelow e James Cameron, com ela a ser distinguida pela realização e ele a receber o Óscar de melhor filme, galardoando-se, assim, duas realidades distintas da indústria cinematográfica.
Duelos à parte, há outros filmes que podem sair vencedores na noite de domingo.
Quentin Tarantino está nesta edição com "Sacanas sem lei", que soma oito nomeações, entre eles o melhor filme, realização e argumento original e que deverá dar a Christoph Waltz o Óscar de melhor actor secundário.
Com seis nomeações cada estão "Precious", drama de Lee Daniels, e "Nas nuvens", de Jason Reitman, ambos para melhor filme e realização.
Nas categorias de representação, há repetentes e muitas estreias.
Para melhor actor, o favorito é Jeff Bridges, nomeado pela quinta vez para os Óscares, desta vez pelo papel de um cantor country nas ruas da amargura em "Crazy Heart" e que lhe valeu já um Globo de Ouro.
Para melhor actriz seguem Sandra Bullock ("Um sonho possível"), premiada com um Globo de ouro por este filme, Helen Mirren ("The last station"), premiada em 2007, as estreantes Carey Mulligan ("Uma outra educação") e Gabourey Sidibe ("Precious") e a veterana Meryl Streep ("Julie & Julia"), que soma já 16 nomeações e dois Óscares.
A cerimónia da 82ª edição será conduzida por Steve Martin e Alec Baldwin, que apresentam juntos pela primeira vez os Óscares.
Lusa