Massacre em Orlando

Mais de 200 pessoas em vigília em Lisboa pelas vítimas de ataque em Orlando

Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se esta noite na Praça da Figueira, em Lisboa, numa vigília de solidariedade para com as vítimas do ataque a uma discoteca gay em Orlando, nos Estados Unidos da América (EUA).

MAST IRHAM

Na madrugada de domingo, um homem identificado como Omar Mateen, cidadão norte-americano de origem afegã, entrou na discoteca Pulse, em Orlando, na Florida, e abriu fogo contra os clientes, causando 49 mortos e 53 feridos.

Junto à estátua de D. João I, os participantes colocaram dezenas de velas acesas e colaram cartazes de apoio à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero): "LGBT contra a islamofobia", "Se você acha que ser LGBT é pecado, você também puxou o gatilho", ou "Somos Orlando".

Algumas pessoas empunhavam a bandeira arco-íris, que simboliza a comunidade LGBT, enquanto um homem carregava a bandeira dos EUA às costas.

"Portugal está com a família e os amigos das vítimas [de Orlando], com a comunidade LGBT, com a comunidade latina, com a comunidade de Orlando e com qualquer outra pessoa que sofra de violência ou discriminação homofóbica", lê-se numa das mensagens em inglês.

Patrícia Vassalo e Silva e Lorena Oliveira são as organizadoras do evento, criado através das redes sociais, cuja ideia surgiu após a realização de uma vigília idêntica em São Paulo, Brasil.

"Não podemos perder a liberdade que temos e temos de lutar contra o medo", disse à agência Lusa Patrícia Vassalo e Silva.

Na opinião de Lorena Oliveira a tragédia de Orlando foi um ataque homofóbico e planeado.

"Não se pode incentivar a islamofobia, pois há homofóbicos em todas religiões a até nos ateus. Parte da sociedade ainda continua a ser homofóbica", lamenta a jovem brasileira.

À medida que os participantes iam chegando à Praça da Figueira, o número de velas acesas e as mensagens coladas na estátua de D. João I aumentavam.

"Parem o ódio" ou "Amo quem eu quiser, seja homem ou mulher", eram outras mensagens.

"Quarenta e dois anos após o 25 de abril ainda se nota essa discriminação e ódio. O ataque em Orlando não foi contra a América mas sim contra a comunidade LGBT. Mas nós, os gays, somos muito fortes e apelo a que figuras públicas assumam a sua orientação sexual e que a defendam publicamente", afirmou João Paulo Oliveira, um dos presentes na vigília.

Apesar da ameaça de chuva e do frio que se fazia sentir, os participantes ainda se mantinham concentrados pelas 22:15, uma hora e 15 minutos após a hora marcada.

"Achei por bem vir, pois os estrangeiros em Lisboa também estão com Orlando. É bom que as pessoas saiam à rua e mostrem a sua revolta", frisou Maelle Karl, de nacionalidade alemã.

O movimento extremista Estado Islâmico reclamou a iniciativa do tiroteio à discoteca em Orlando, dizendo numa informação transmitida pela rádio que foi realizado por "um dos soldados do califado".

O FBI está a investigar o caso como um ato de terrorismo.

O ataque foi considerado o pior nos Estados Unidos desde o 11 de setembro de 2001

Lusa

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