Hugo Chavez

Vice-presidente da Venezuela garante em discurso emocionado que a "luta continua" 

O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,  despediu-se hoje de forma emocionada de Hugo Chávez, o líder do país que  morreu terça-feira em Caracas, ao referir que "continuará a viver", e que  "a luta continua".  

© Handout . / Reuters

"A batalha continua, Chávez vive! A luta continua! Que viva Hugo Chávez,  que viva o nosso povo", afirmou Maduro, visivelmente emocionado, durante  as cerimónias fúnebres oficiais celebradas na Academia Militar de Caracas  e na presença de representantes de 54 países, incluindo 33 chefes de Estado.

Num discurso de meia hora, o delfim prometeu honrar o testemunho moral  do líder de esquerda sul-americano, prosseguindo "o seu combate pelos pobres,  pela educação e por um mundo mais justo".   

"Até à vitória sempre, Comandante!", sublinhou num tom convicto, aclamado  pelos representantes oficiais venezuelanos e aplaudido pelos dirigentes  estrangeiros.  

Após a intervenção, Maduro entregou à família de Chávez a réplica da  espada em ouro do libertador sul-americano Simón Bolívar, o "pai" da independência  venezuelana.   

Ainda hoje, Maduro, 50 anos, vai prestar juramento como presidente interino  até à realização de eleições presidenciais, às quais se apresenta como candidato  pelo partido no poder. Os deputados da oposição já anunciaram que vão boicotar  a sessão.  

A oposição contesta a interpretação da Constituição feita pelo Governo  após a morte de Chávez, e assegura que a transição deveria ser assegurada  pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, e não pelo vice-presidente.

À margem desta polémica, os Presidentes do Uruguai, José Mujica; Argentina,  Cristina Fernández Kirchner e Bolívia, Evo Morales, foram os primeiros a  chegar à capital venezuelana para assistir às cerimónias fúnebres de Chávez,  que aos 58 anos não resistiu a um cancro na zona pélvica detetado em 2011.

Seguiram-se os chefes de Estado da Nicarágua e Peru, Daniel Ortega e  Ollanta Humala, o líder cubano Raúl Castro e a chefe de Estado brasileira  Dilma Rousseff, acompanhada pelo ex-presidente Lula da Silva. O líder equatoriano,  Rafael Correa, o Presidente chileno Sebastián Piera, o hondurenho Porfirio  Lobo e o colombiano Juan Manuel Santos marcaram ainda presença em Caracas.

Também se deslocaram à capital venezuelana o Presidente iraniano, Mahmud  Ahmadinejad, o seu homólogo da Bielorrússia Alexandre Lukashenko, o chefe  da diplomacia russa, Serguei Lavrov e o príncipe das Astúrias, Filipe de  Borbon, em representação de Espanha. Portugal foi representado pelo ministro  dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.  

O realizador e ator norte-americano Sean Penn, amigo pessoal de Chávez,  também participou nas cerimónias.  

"El Comandante", como era apelidado pelos seus seguidores, vai permanecer  em velório pelo menos mais uma semana, para permitir o prosseguimento das  homenagens da população. Segundo as autoridades, desde quarta-feira mais  de dois milhões de venezuelanos já saíram à rua para homenagear o defunto  Presidente.  

Após esse período, o corpo de Chávez será embalsamado e transportado  para um velho edifício castrense, onde será exibido num féretro de vidro.

Lusa

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