Varoufakis diz que Atenas e credores têm o dever de chegar a acordo
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, considerou hoje à noite que a Grécia e os seus credores têm "o dever" de chegar a acordo no Eurogrupo, que se reúne no sábado, em Bruxelas.
"Não há razão para que não haja acordo amanhã no Eurogrupo (que junta os ministros das Finanças da Zona Euro), temos o dever de encontrar uma solução", declarou Varoufakis, durante uma entrevista à cadeia de televisão Ant1, enquanto justificava a recusa grega da proposta dos credores durante a tarde de hoje.
Sublinhou que a sugestão, feita por estes últimos, de entregarem 12 mil milhões de euros, em quatro prestações até ao final de novembro, "levaria a Grécia para mais quatro ou cinco meses de negociações diárias", situação que "significaria que toda a gente, empresários, consumidores, teria de esperar ainda por novembro ou dezembro".
Ora, a economia grega já está muito enfraquecida pela incerteza que pesa sobre o futuro financeiro do país.
"Porquê deixar a grande questão do financiamento para o último minuto?", questionou, mas interrogando-se sobre a vontade real dos credores em chegar a acordo.
"Nos últimos dias e nas últimas semanas, o governo grego fez concessões atrás de concessões. Infelizmente, de cada vez que atingíamos os três quartos ou quatro quintos do caminho, as instituições [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional] iam no sentido inverso", acusou.
"Elas endureciam as suas posições e exigiam coisas que só quem não quer um acordo pode exigir", considerou.
Esta entrevista foi divulgada quando Varoufakis participava num conselho de ministros, com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que continuava cerca das 22:30 de Lisboa.
À sua chegada, o ministro da Saúde, Panagiotis Kouroublis, também estimara que ia haver um acordo.
A reunião do Eurogrupo, considerada de última instância, vai começar em Bruxelas, no sábado, às 13:00 de Lisboa.
Um acordo é imperativo para que a Grécia seja capaz de reembolsar um empréstimo de 1,5 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional, em 30 de junho, e assim evitar uma situação de incumprimento.
Lusa
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