"A derrota dos partidos do Governo e portanto das políticas de austeridade que tem conduzido foi de tal maneira impressionante que o prolongamento de uma situação de empastelamento político de um ano e meio com um Governo que não tem o menor prestígio junto da sociedade portuguesa seria muito mau para Portugal", afirmou em declarações à Lusa.
Por isso, defendeu, "o Presidente da República deve agir em consonância com esta situação" e convocar eleições legislativas o mais rapidamente possível.
"Não havendo possibilidade de o Governo fazer uma mudança de 180 graus das suas políticas - porque estas políticas não têm apenas que ver com a presença da 'troika', têm a ver com a estratégia e ideologia do PSD e CDS - a única solução possível é existirem, o mais cedo possível, condições para os portugueses serem chamados a votar", sustentou ferro Rodrigues.
Segundo o antigo dirigente socialista, se os portugueses foram chamados agora para eleger um novo Governo, "votarão, de certeza, muitos mais dos que os que votaram ontem (domingo)".
Pelo contrário, "se se mantiver o calendário atual, com eleições legislativas em setembro de 2015 e eleições presidenciais em janeiro ou fevereiro de 2016, vamos ter uma situação muito grave para encontrar uma solução governativa para o país".
Para o antigo ministro dos Governos de António Guterres, quanto mais cedo houver eleições legislativas "mais possível será haver a capacidade de construir um Governo com uma base política e social mais ampla e que dê resposta, em Portugal e na Europa, aos problemas que o país tem e em que tem que ter firmeza no plano europeu".
O PS foi o partido com mais mandatos nas eleições europeias de domingo depois de apurados os resultados em todas as 3092 freguesias de Portugal e em 54 dos 71 consulados, segundo dados da Direção Geral de Administração Interna (DGAI).
Os resultados indicam sete deputados (31,45%) para o PS, seis (27,71%) para a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), dois (12,68%) para a CDU (PCP-PEV), um (7,15%) para o Partido da Terra (MPT) e outro (4,56%) para a Bloco de Esquerda, faltando atribuir quatro dos 21 mandatos de Portugal no Parlamento Europeu, que dependem dos resultados no estrangeiro.
Lusa