Eleições EUA 2016

Processos em tribunal tentam impedir recontagem de votos no Wisconsin e Michigan

Apoiantes do Presidente eleito norte-americano avançaram com um processo judicial federal para travar a recontagem de votos nas eleições presidenciais no Wisconsin, enquanto o procurador-geral do Michigan procura impedir a realização de uma nova contagem no seu estado.

O processo e pedido de uma providência cautelar no Wisconsin deram entrada ao final do dia de quinta-feira no tribunal de Madison, alegando que a recontagem dos votos é inconstitucional porque não garante requisitos de proteção igual sob a lei, e que o processo pode não ficar concluído até ao prazo de 13 de dezembro para os estados certificarem o voto, ameaçando os votos eleitorais deste estado.

Hoje de manhã ainda não tinham sido agendadas audiências no tribunal.

A candidata presidencial do Partido Ecologista, Jill Stein, que pediu recontagens nestes dois estados e ainda outra na Pensilvânia, sugeriu que Trump e os seus apoiantes poderiam tentar atrasar as recontagens para dificultar ou impossibilitar o cumprimento do prazo de dia 13 para os estados certificarem os seus resultados eleitorais ou procurar ter os votos decididos pelo Congresso, que é controlado pelos republicanos.

No Wisconsin, os votos estão hoje a ser recontados pelo segundo dia, enquanto no Michigan, a comissão responsável pelas eleições reuniu-se para analisar o apelo da campanha de Trump para negar o pedido de recontagem feito por Jill Stein.

No seu requerimento dirigido ao Supremo Tribunal do Michigan para impedir a recontagem manual, o procurador-geral Bill Schuette, à semelhança da campanha do Presidente eleito, argumentou que Stein não podia pretender uma recontagem "frívola" porque a candidata não foi "afetada" ao ponto de um potencial erro na recontagem dos votos lhe custar a eleição. Neste estado, a candidata do Partido Ecologista teve um por cento dos votos.

Uma contagem no Michigan poderia começar, no mínimo, na próxima semana.

Há um "risco realista" de que a recontagem não seja concluída dentro do prazo e que "a caótica pressa necessária" para cumprir o prazo "crie um risco de erro que pode fazer com que os votos sejam mal contados, ignorados ou diluídos", defende o pedido para uma providência cautelar no Wisconsin.

As autoridades responsáveis pelas eleições nos três estados exprimiram confiança nos resultados apurados inicialmente. Nestes três estados, Donald Trump ganhou por uma escassa margem.

Não é expectável que as recontagens resultem numa alteração suficiente de votos que altere o resultado em qualquer um dos estados.

Lusa

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