Bannon tem sido no animador do controverso sítio na internet Breitbart, uma placa giratória da 'direita alternativa', movimento associado às ideias nacionalistas e defensor superioridade da raça branca, além de crítico da classe política.
Steve Bannon, de 62 anos, dirigia o sítio Breitbart até ao seu recrutamento em agosto por Trump como diretor-geral da sua campanha.
No domingo, o presidente eleito anunciou que ia mantê-lo ao seu lado na Casa Branca, enquanto chefe da estratégia e alto conselheiro, ao lado de Reince Priebus, figura da classe política republicana, com quem vai trabalhar em conjunto.
Steve Bannon orientou a campanha de Trump dos últimos dois meses e meio e a sua marca é encontrada, por exemplo, na denúncia populista formulada por Trump de uma ordem mundial controlada por elites políticas e financeiras contra o povo. "Uma estrutura mundial de poder", conforma a última publicidade teledifundida, criticada à esquerda pelas suas conotações com teorias de conspiração.
A nomeação para a direção do Estado federal suscitação a denúncia de associações antirracistas e dos democratas, que lembraram os artigos incendiários publicados no Breitbart, a roçar o antissemitismo, a alimentar a nostalgia pela bandeira confederada ou a denunciar a imigração.
"Os defensores da supremacia da raça branca vão estar representados ao mais alto nível na Casa Branca de Trump", denunciou Adam Jentleson, porta-voz do chefe dos democratas no Senado, Harry Reid.
"A extrema-direita racista e fascista está representada no Gabinete Oval (designação do gabinete de trabalho do Presidente dos EUA). A América deve ficar muito vigilante", escreveu na rede social Twitter John Weaver um próximo do republicano moderado e ex-candidato presidencial John Kasich.
O candidato presidencial conservador independente Evan McMullin também denunciou a promoção do "antissemita Steve Bannon ».
E os democratas citaram as acusações da ex-mulher de Bannon, Mary Louise Piccard, que no processo de divórcio, há cerca de uma década, segundo o New York Daily News, afirmou que o seu ex-marido tinha recusado enviar os filhos para uma certa escola devido à presença de judeus, o que ele contestou.
Banqueiro no Goldman Sachs na década de 1980, Bannon fundou depois um pequeno banco de investimentos, o Bannon & Co, que foi ccomprado em 1998 pela Société Générale, antes de se tornar produtor de filmes em Hollywood.
Nos anos 2000, começa a produzir filmes políticos, sobre Ronald Reagan, o Tea Party e Sarah Palin.
Conheceu Andrew Breitbart, fundador do sítio homónimo, e junta-se à guerra do Tea Party contra a classe política norte-americana, tanto a democrata como a republicana. Em 2012, depois da morte de Andrew Breitbart, assume o controlo do sítio, baseado em Washington.
Instalado agora no coração do poder, já foi felicitado pela extrema-direita dos EUA, designadamente por David Duke, um antigo dirigente do Ku Klux Klan.
"Excelente", comentou este, em declarações à CNN.
Lusa