Sob a liderança de Barack Obama, os Estados Unidos seguiram uma política para o exterior direcionada para a Ásia-Pacífico, incluindo através da colocação de fuzileiros na Austrália, num contexto de crescente assertividade de Pequim.
Num ambiente de tensão devido às reivindicações de Pequim sobre o Mar do Sul da China e receios de que Trump possa ter um efeito negativo nas perspetivas comerciais da região, a ministra para os Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, afirmou ser essencial que os Estados Unidos se mantenham completamente envolvidos.
"Os países na nossa região estão à espera de maior liderança dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico e não menor", disse à Sky News, na primeira reação da Austrália aos resultados das eleições presidenciais norte-americanas de terça-feira, ainda antes de estar confirmada totalmente a vitória de Trump, que entretanto já foi declarada.
Bishop afirmou que Camberra quer continuar a trabalhar com a nova administração norte-americana e deseja encontrar-se em breve com representantes "para garantir que se mantêm focados" na região e assegurar "a importância da liderança e presença norte-americana na Ásia-Pacífico".
"Temos particulares áreas de interesse que devem alinhar-se e vamos fazer o que pudermos para garantir que a nova administração dos Estados Unidos está focada na nossa região porque isso é do nosso interesse", disse.
"Os Estados Unidos são o nosso maior investidor estrangeiro direto, o nosso segundo maior parceiro comercial, por isso, é importante que o Governo australiano esteja pronto para trabalhar com quem seja que for o próximo Presidente dos Estados Unidos, e neste momento parece ser Donald Trump".
Trump, que não tem qualquer experiência em política externa, ameaçou acabar com acordos de livre comércio e selar a fronteira dos Estados Unidos.
Lusa