Ébola

OMS decreta estado de emergência na RDCongo por causa do Ébola

Decisão foi tomada depois de se confirmar que a doença já tinha chegado a Goma, a cidade mais povoada, com dois milhões de pessoas.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou esta quinta-feira o estado de Emergência Internacional na República Democrática do Congo (RDCongo) depois da reunião do Comité de Emergência para avaliar a evolução da epidemia do Ébola.

A avaliação da OMS indica que o risco de a epidemia continuar a espalhar-se na RDCongo e na região "permanece muito alto", mas o risco de se expandir para fora dessa região "permanece baixo", continuou Tedros.

"Embora não existam evidências de transmissão local de Ébola em Goma, RDCongo ou no Uganda, estes dois episódios significam uma preocupação crescente com a expansão geográfico do vírus", disse o responsável da OMS, referindo-se aos casos mais recentes: um sacerdote em Goma e uma mulher que foi para o Uganda.

O Comité de Emergência enfatizou, por outro lado, a importância do "apoio continuado da OMS e outros parceiros nacionais e internacionais" na RDCongo para a "implementação efetiva e monitorização das recomendações da resposta ao Ébola". Esta foi a quarta reunião deste órgão científico desde que foi declarado o surto, a 1 de agosto de 2018.

A decisão foi tomada depois de se confirmar que a doença já tinha chegado a Goma, a cidade mais povoada, com dois milhões de pessoas, e também a mais estratégica de todas as afetadas até agora, localizada a 20 quilómetros da fronteira com o Ruanda, o que aumenta o risco de uma propagação da epidemia.

O primeiro caso de Ébola na cidade de Goma, a uns 350 quilómetros da zona onde até agora se tinha considerado estar confinada a epidemia, foi confirmado na segunda-feira e veio reforçar as preocupações com o descontrolo do surto epidémico.

A crise do Ébola já provocou 1.676 mortos, registando 12 novos casos a cada dia.Este surto, o segundo mais mortífero na história, é apenas ultrapassado pela epidemia que entre 2014 e 2016 atingiu a África Ocidental e que matou mais de 11.300 pessoas.

No início desta semana, as autoridades do Ruanda pediram hoje aos cidadãos para evitarem viagens "desnecessárias" à RDCongo, depois da descoberta do caso de Ébola em Goma.

Com Lusa

Últimas