Crise no Sporting

Auditoria aponta "ameaça concreta" à continuidade da SAD do Sporting

A PWC, que faz a auditoria das contas da SAD do Sporting, conclui que as recentes rescisões dos jogadores "mais valiosos" do plantel leonino podem por em causa a continuidade das operações. Em comunicado, é referido que o cálculo dos capitais próprios passará a negativo.

NUNO FOX

É o próprio Sporting que, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), apresenta as conclusões do auditor:

"(...) na sequência das recentes rescisões de contratos de trabalho desportivo de jogadores da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD (“Sporting SAD” ou “Sociedade”), considerados como sendo dos mais valiosos em termos de mercado, e do consequente impacto na gestão do risco de liquidez da Sporting SAD, em virtude da impossibilidade de realização do valor de venda dos referidos ativos no curto prazo e dos impactos conexos na atividade da Sociedade, constatamos existir a esta data uma ameaça concreta em relação à continuidade das operações da Sporting SAD, para além das menções relatadas anteriormente nas Certificações Legais das Contas e Relatórios de Auditoria por nós emitidos.”"

Segundo a nota, a saída dos jogadores representa uma redução de cerca de 16,5 milhões de euros nos ativos do Sporting e "o impacto da possível imparidade associada ao valor do plantel, sem qualquer efeito de imposto sobre o rendimento, conduziria, na mesma data de 31 de Março de 2018 [data das últimas contas apresentadas pela SAD], a que o total dos Capitais Próprios passasse de 7,5 milhões de euros para cerca de 9,0 milhões de euros negativos".

O Conselho de Administração da SAD leonina reage considerando "que a continuidade das operações da Sociedade se encontra assegurada" e que está "a trabalhar com o objectivo de promover as operações necessárias à melhoria da performance económico-financeira", incluindo "a procura dos melhores negócios de venda de direitos desportivos e federativos de jogadores".

Para o Sporting, é também "expectável que tais rescisões, aliadas às revogações por mútuo acordo com a equipa técnica, determinem uma descida acentuada dos gastos com pessoal".

Por outro lado, a SAD do clube considera que as rescisões contratuais são "ilícitas", por "inexistência de justa causa, pelo que procurará responsabilizar tais jogadores e os Clubes com os quais os mesmos celebrem contrato de trabalho, pelos danos e prejuízos sofridos, tendo a expectativa de ser, em consequência, devidamente ressarcido".

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