Crise na Venezuela

França diz que Guaidó tem legitimidade para convocar eleições

Terminado o ultimato europeu ao Presidente Nicolas Maduro, o chefe da diplomacia da França afirmou que Juan Guaidó tem "capacidade e a legitimidade” para convocar eleições na Venezuela.

Rodrigo Abd

Vários países europeus, incluindo Alemanha, França, Espanha e Reino Unido, deram até domingo a Maduro para convocar novas eleições presidenciais, caso contrário, reconheceriam o rival Juan Guaidó como Presidente interino.

Perante a "recusa do presidente Maduro em organizar eleições presidenciais que esclareceriam, acalmariam a situação na Venezuela (...) consideramos que Guaido tem a capacidade, a legitimidade, de organizar estas eleições", ele acrescentou Jean-Yves Le Drian.

Sobre este o reconhecimento de Guaidó como Presidente interino da Venezuela, "vamos consultar os nossos amigos europeus hoje", disse Le Drian, em declarações emitidas pela rádio France Inter.

Numa entrevista televisiva divulgada no domingo, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a possibilidade de abandonar o poder ou de convocar novas eleições presidenciais no país, dizendo que não aceita "ultimatos de ninguém".

Falando ao canal televisivo espanhol La Sexta, Maduro sustentou que o Presidente dos EUA, Donald Trump impôs ao Ocidente uma política equivocada" sobre a Venezuela e declarou: "Não vamos submeter-nos".

Inquirido pelo jornalista Jordi Évole sobre se em algum momento pensou abandonar o cargo, depois de Juan Guaidó se ter autoproclamado, a 23 de janeiro, Presidente interino da Venezuela, Maduro respondeu que não tem razões para tal.

"Mas porquê, se o povo me elegeu por seis anos?", declarou, acrescentando: "Creio que o que é bom para o meu país é que se respeite a Constituição. Eu sou o primeiro a fazê-lo, eu jurei respeitar e fazer respeitar a Constituição e é esse o meu dever".

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com Lusa

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