Crise na Venezuela

Guaidó descarta risco de guerra civil na Venezuela

"Na Venezuela não há risco de uma guerra civil, como têm querido fazer ver, porque 90% da população quer a mudança."

Juan Guaidó falou para milhares de apoiantes que se concentraram este sábado em Las Mercedes, a leste de Caracas, para agradecer o apoio da União Europeia, que pediu a convocação de eleições livres e transparentes na Venezuela.

"Pensaram que com a intimidação nos iriam deter. Não temos medo de uma guerra civil. Ninguém na Venezuela está na disposição de imolar-se por um ditador."

O líder opositor denunciou que "o que existe na Venezuela é o sequestro de jovens menores de idade".

"Aqui, hoje, está a resposta à intimidação de um povo que já não tem medo e mudou a incerteza pela certeza".

Por outro lado, explicou que "nas próximas horas" também se garantirá muito mais apoio da União Europeia", disse.

Segundo Juan Guaidó, os venezuelanos iniciaram "o mês que é determinante para a nossa (dos venezuelanos) liberdade e também para os nossos presos políticos. Voltamos a sorrir de novo com o sonho de uma Venezuela livre e isso está cada vez mais perto".

"Miraflores (palácio de Governo) está cada vez mais só, mas logo chegaremos aí, a um governo de transição e a eleições livres", frisou.

Durante a sua intervenção Juan Guaidó anunciou a criação de três centros de acolhimento para ajuda humanitária, um na Colômbia, outro no Brasil e o terceiro numa ilha das Caraíbas.

Dirigindo-se aos militares, questionou-os se vão permitir a entrega de ajuda humanitária no país e defender a Constituição venezuelana.

"Soldado da pátria, o teu papel é a reconstrução da Venezuela e defender os venezuelanos. Não dizemos apenas que respeitem a Constituição, estamos exigindo que não disparem contra os cidadãos."

Antes de terminar Guaidó pediu aos venezuelanos para levantarem a mão direita e jurarem que continuarão a lutar pela liberdade do país.

"Nós, venezuelanos, comprometidos com a Venezuela, com a justiça social, juramos manter-nos nas ruas até conseguir o fim da usurpação, o governo de transição e eleições livres."

As estações de televisão venezuelanas, inclusive as privadas, omitiram qualquer referência à manifestação da oposição e o discurso de Juan Guaidó. Enquanto o canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV) transmitia a marcha em apoio ao governo, os outros canais locais, tinham uma programação com variedades.

Com Lusa

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