Crise na Venezuela

Guaidó pede a António Guterres "cooperação internacional urgente"

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu "cooperação internacional urgente" para a "emergência humanitária" no país, numa carta dirigida no sábado ao secretário-geral da ONU, António Guterres.Na carta, Juan Guaidó solicita, para o efeito, a "ativação dos mecanismos de apoio célere e gestão de crises do sistema das Nações Unidas" e das suas agências associadas.

Andres Martinez Casares

O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, que autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino, justifica o pedido com a "situação de emergência" no país, onde "milhões de vítimas" "sofrem por não terem acesso à saúde, alimentação, educação e segurança" e onde há uma "violência crónica".

"O nosso país requer a generosa solidariedade internacional para sair da desastrosa situação em que se encontra", escreve Juan Guaidó ao antigo primeiro-ministro português.

A carta é dirigida a António Guterres com conhecimento dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países com assento no Conselho de Segurança da ONU, dos líderes das várias agências das Nações Unidas, incluindo o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, e dos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Conselho da Europa, Donald Tusk, e do Parlamento Europeu, Antonio Tajani.A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Nesse dia, e em resposta aos Estados Unidos, que apoiam Guaidó, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a rutura das relações diplomáticas com o país, principal importador do petróleo venezuelano.A Austrália secundou hoje Estados Unidos, Canadá, Israel e vários países europeus e da América Latina (incluindo Brasil, Colômbia e Argentina) que já reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

A União Europeia deu um prazo de oito dias a Nicolás Maduro para convocar novas eleições, findo o qual reconhece legitimidade a Guaidó e ao parlamento para organização do processo eleitoral.Maduro, que tem como aliados a Rússia, a China, o Irão e a Turquia, considerou no domingo "uma insolência" o prazo dado pela União Europeia.O Observatório Venezuelano de Conflitualidade Social anunciou no sábado que pelo menos 29 pessoas foram mortas nessa semana em protestos contra o Governo de Nicolás Maduro.

Lusa

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