Cambridge Analytica

Reino Unido vai investigar como é que a Cambridge Analytica terá roubado dados ao Facebook

A comissária britânica para a Informação, Elizabeth Denham, vai solicitar uma investigação rigorosa à Cambridge Analytica, requerendo o acesso aos servidores da empresa. A Comissão de Proteção de Dados do Reino Unido quer investigar a responsabilidade do Facebook no alegado acesso ilegal da Cambridge Analytica a dados de mais de 50 milhões de utilizadores da rede social na eleição de Donald Trump e no Brexit.

Alexander Nix, diretor-executivo da Cambridge Analytica, durante a Web Summit em Lisboa, em 2017.
Pedro Nunes/ Reuters

"Queremos saber se o Facebook garantiu ou não a segurança dos dados pessoais dos utilizadores da plataforma, se agiu firmemente quando descobriu que os dados foram violados e se os utilizadores em causa foram ou não informados", afirmou Elizabeth Denham à BBC Radio.

A Cambridge Analytica está sob suspeita depois de terem sido divulgadas notícias de que manipulou com fins políticos informação de mais de 50 milhões de utilizadores da Facebook nos EUA.

A empresa de recolha de dados é financiada, em parte, pelo multimilionário norte-americano Robert Mercer, um mecenas republicano e um dos principais apoiantes da campanha de Trump.

Os dados da Comissão Eleitoral Federal mostram que a empresa Cambridge Analytica, que poderá ter obtido inapropriadamente dados do Facebook, ganhou milhões dólares em 2016 com a campanha para eleger Donald Trump.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a Cambridge Analytica colaborou também na campanha do Brexit, analisando dados de milhões de utilizadores da rede social para criar um software capaz de prever e influenciar a escolha dos eleitores.

O impacto das notícias divulgadas no fim de semana pela imprensa britânica e norte-americana verificou-se também no mercado bolsista, com Wall Street a fechar em queda esta segunda-feira.

Europa e EUA pedem explicações sobre dados do Facebook

O Facebook e o seu fundador Mark Zuckerberg foram de imediato alvo de críticas na Europa e nos Estados Unidos. Ainda antes das diligências da comissária Elizabeth Denham, o deputado britânico Damian Collins exigia explicações de Mark Zuckerberg, apesar do Facebook ter anunciado a suspensão das relações com a Cambridge Analytica, com sede no Reino Unido.

Nos EUA, senadores democratas pediram também que Zuckerberg prestasse declarações perante a Justiça.

Os responsáveis da Cambridge Analytica, liderada por Alexander Nix, alegam que a empresa cumpriu sempre as regras de obtenção e uso de dados pessoais dos utilizadores do Facebook.

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