Ataque em Manchester

Serviços secretos britânicos admitem erros no caso do atentado de Manchester

Os serviços secretos internos do Reino Unido MI5 admitiram ter cometido erros na vigilância do autor do atentado realizado o ano passado em Manchester, que causou 22 mortos, indicou hoje uma comissão parlamentar britânica.

Imagens de videovigilância momentos antes de Salman Abedi accionar a bomba.
Greater Manchester Police

A Comissão de Informações e Segurança da Câmara dos Comuns referiu hoje que o MI5 reconheceu ter atuado "muito devagar" na avaliação da perigosidade de Salman Abedi, o bombista suicida que se fez explodir no final de um concerto da artista Ariana Grande em Manchester a 22 de maio de 2017.

Segundo um relatório da Comissão, Abedi, 22 anos e nascido em Manchester de pais refugiados líbios, foi sinalizado pelos serviços secretos do Reino Unido em dezembro de 2010 e foi investigado brevemente em 2014.

"O que podemos dizer é que houve várias falhas na análise do caso de Salman Abadi e, embora seja impossível saber se se poderia ter impedido o ataque, concluímos que, devido a estas, se perderam possíveis oportunidades de o evitar", assinalou o presidente da comissão, Dominic Grieve.

O responsável assinalou, no entanto, que tanto o MI5 como a polícia antiterrorista britânica foram rigorosos na sua intenção de "aprender com os erros" do passado.

O relatório parlamentar refere que os serviços secretos teriam razões para vigiar Abedi após uma viagem que fez à Líbia, onde terá recebido instruções sobre o fabrico de bombas.

O ministro do Interior britânico, Sajid Javid, disse hoje que se solidariza com as vítimas do ataque e realçou a firmeza do Reino Unido frente aos que ameaçam a liberdade dos cidadãos e lhes causam mágoa.

"Depois do ataque, o governo, a polícia e o MI5 realizaram revisões rigorosas para garantir que todos façamos o nosso melhor para enfrentar uma ameaça terrorista", adiantou, precisando que a estratégia antiterrorista foi atualizada e foi criada nova legislação "para permitir frustrar as ameaças".

O ataque de Manchester foi o mais grave no Reino Unido desde os atentados de Londres em julho de 2005, quando quatro bombistas suicidas atingiram a rede de transportes de Londres, matando mais de 50 pessoas.

Lusa

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