40 Anos / 25 Abril

Jerónimo critica Governo que tenta "dar cabo do presente" 

O secretário-geral do PCP descreveu hoje o 25  de abril de 1974 como um "ato de libertação" e processo "mais moderno e  avançado" da história contemporânea de Portugal, mas deixou críticas, na  sua intervenção no parlamento, ao atual Governo. 

(Lusa)
MÁRIO CRUZ

"Uma política e um Governo que estão a dar cabo do presente da juventude  estão condenados à derrota e a não ter futuro", declarou Jerónimo de Sousa,  na sua intervenção no parlamento na sessão solene dos 40 anos da revolução de Abril. 

Na sessão solene, PCP e "Os Verdes" traçaram uma retrospetiva sobre  a revolução de 1974, elogiando por exemplo os capitães de Abril, mas deixaram  fortes críticas ao rumo político atual do país. 

"Aos que contemplam hoje a sua obra de destruição e fazem planos para  muitas décadas de austeridade e sofrimento, nós dizemos: o projeto de Abril  inscreve-se ainda na Lei Fundamental. Os seus valores continuam a ter validade  e atualidade", advogou Jerónimo de Sousa. 

Para o líder comunista, celebrar o 25 de Abril é "dar combate à reescrita  da história e à negação da existência do fascismo", lembrando um "ato de  libertação e processo de transformação, realização, conquista e participação".

Jerónimo enalteceu ainda a "fusão operacional e original do povo com  as Forças Armadas, destacando que o PCP, "partido da resistência e da luta  antifascista", mantém uma "convicção inabalável que nada está perdido para  todo o sempre" e que é possível uma "vida melhor num Portugal de progresso,  livre e democrático". 

Pelo Partido Ecologista "Os Verdes", o deputado José Luís Ferreira focou  boa parte da sua intervenção no parlamento a analisar as "injustiças" atuais  na sociedade promovidas pelos "catequistas da austeridade". 

"Abril transformou o país para melhor. Muito melhor. Uma mudança estrutural  e material. E se hoje estamos como estamos, devemo-lo às políticas dos Governos,  que nestes 38 anos foram muitos, é verdade, mas partidos foram só três",  frisou o parlamentar. 

José Luís Ferreira disse também que os mercados "estão a tentar expulsar  o Estado da economia e a mercantilizar o Estado social, e os governos têm  vindo a permiti-lo". 

"Abril nada tem a ver com isto e, portanto, é justo que os portugueses  penalizem em futuros atos eleitorais os partidos responsáveis pela situação.  E já que o Governo não muda as políticas, os portugueses deveriam ter a  oportunidade de mudar de Governo", sublinhou ainda o deputado ecologista.

 

      Lusa

 

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