A seca extrema é uma das consequências diretas das alterações climáticas e do aumento da temperatura global. A escassez de água é um grave problema em todos os continentes. A Europa é uma das regiões mais atingidas pela seca, no Hemisfério Norte.
Muitos países estão com as barragens bastante abaixo dos níveis normais para esta altura do ano e, em muitos locais, os rios estão a perder caudal. O Danúbio, o segundo maior rio do continente europeu, que banha vários países, é um daqueles que mais está a sofrer com a falta de água.
O rio é essencial para a agricultura e para o transporte de mercadorias, mas, em vários pontos, a seca está a impedir a passagem dos barcos. Têm de ser usadas gruas e outros tipos de transporte, que estão a encarecer a distribuição dos produtos.
Em França e na Suíça, a falta de precipitação está a deixar muitas montanhas sem neve – sem turistas nas estâncias de esqui.
Segundo os serviços meteorológicos franceses, as temperaturas estão anormalmente altas e, mesmo a mais de 1500 metros de altitude, os termómetros estão perto dos 20 graus.
A falta de neve no inverno, e agora na primavera, terá um efeito grave na quantidade de água que escorre das montanhas para os vales, rios e lagos.
“Vamos ter temperaturas máximas superiores em mais de dez graus aos padrões sazonais. Quanto ao futuro, podemos estar preocupados porque sabemos que o aquecimento vai, muito provavelmente, continuar durante pelo menos mais algumas décadas”, afirma Frederic Long, da Agência Meteorológica de França.
Problema estende-se à América e a África
No Centro e Sul do continente americano, a situação também é preocupante. Na Colômbia, por exemplo, as autoridades tiveram de impor restrições ao consumo de água, na capital, Bogotá.
“As coisas pioraram durante o mês de março. Esperávamos ter chuva na última semana do mês, e que, como tal, os níveis das barragens subissem. Isso não aconteceu”, admite Carlos Galan, presidente da câmara de Bogotá. “Tivemos um dos meses de março mais secos da História e, logicamente, isso piorou a situação.”
As barragens da região têm apenas 16% da capacidade total, o valor mais baixo dos últimos 40 anos. As restrições ao consumo de água, em Bogotá, vão afetar mais de 9 milhões de pessoas.
Em África, mesmo os países que, até agora, tinham conseguido escapar aos efeitos da seca, estão a começar a sofrer com a escassez de água.
No Zimbabué, por exemplo, os campos de milho estão queimados e a maior parte dos agricultores não vai conseguir ter uma colheita suficiente, este ano.
As agências internacionais que dão apoio às populações no sul do continente africano dizem que a seca vai deixar mais de 24 milhões de pessoas em risco de morrerem à fome.