Vida

Criada primeira célula viva com genoma sintético

Cientistas norte-americanos anunciaram esta quinta-feira a criação da primeira célula viva com um genoma sintético, assim como as possíveis aplicações desta descoberta: compreensão dos mecanismos da vida e produção de vacinas ou mesmo de ingredientes alimentares.

O anúncio foi feito por Craig Venter, fundador do Instituto com o mesmo nome (Estados Unidos) e co-autor da primeira sequenciação do genoma humano em 2000.



"Este cromossoma - o elemento portador da informação genética - foi produzido a partir de quatro frascos de substâncias químicas e um sintetizador, e tudo começou com informações informáticas", afirmou.



Para o investigador, a descoberta é um "passo importante científica e filosoficamente".



"Mudou o meu ponto de vista da definição de vida e do seu funcionamento", acrescentou o investigador, cujo trabalho é publicado hoje na revista Science.



Esta descoberta pode também ser importante para desenhar algas, que podem capturar o dióxido de carbono e produzir outros tipos de hidrocarbonos, que podem ser utilizados em refinarias.



Poderá ainda permitir a criação de novas substâncias ou ingredientes alimentares, produção de vacinas e até bactérias para limpar a água.



"É uma ferramenta muito poderosa para projetar o que queremos que exista em Biologia", resumiu.



Em 2008, Vender e a sua equipa anunciaram que tinham conseguido um genoma bacteriano cem por cento sintético.



Para criar esta célula, foi feita uma cópia do genoma existente, o de uma bactéria (Mycoplasma mycoides), mas com sequências de ADN adicional.



Posteriormente, transplantaram o genoma sintético da bactéria para outra, denominado capricolum microplasma, conseguindo "ativar" as células deste último.



(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa
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