Desde 2014 que Eurico perdeu a conta às vezes que percorreu os corredores do IPO Lisboa. Foi nesse ano que, numa ida banal à praia notou uma alteração na morfologia da mama e por conselho de um amigo decidiu ir ao médico.
“Fui fazer uma ecografia e de facto acusou qualquer coisa. Eu tinha um nodulo muito pequenino no mamilo da mama. Fui fazer a biópsia do gânglio sentinela e quando veio o resultado acusou negativo. Eu perguntei ao médico e ele disse que era bom porque é sinal que está localizado nesse sítio e vai se tratar disso. Entretanto a análise foi para o laboratório e eu fui operada à mama normal, mas depois tiveram a informação do laboratório que de um lado não estava afetado, mas do outro lado já estava um bocadinho afetado”, conta Eurico Duarte.
"E aí teve o diagnóstico formal de um carcinoma da mama invasivo. Os homens normalmente são tratados com mastectomia porque a mama masculina é habitualmente mais pequena que a mama feminina. Tinha uma dimensão suficiente para cobrir algum risco da doença recair mais tarde fez os tratamentos adjuvantes habitualmente dirigidos à mama como a radioterapia para prevenir a recaída local, mas fez também os tratamentos sistémicos indicados para prevenir a recaída à distância”, explica Hugo Nunes, médico oncologista.
Eurico faz parte de uma minoria. O facto deste ser um cancro pouco comum e também pouco falado, faz com que muitas vezes acabe por ser diagnosticado mais tarde. Os homens devem estar, por isso, atentos aos principais sintomas, como alterações da morfologia mamária, nódulos, sensibilidade ou libertação de secreções do lado.
Ainda que estar atento aos sintomas e consciente dos fatores de risco seja importante, profissionais e doentes partilham da mesma opinião. Há que apostar na sensibilização e acabar com o estigma
Como em todas as doenças oncológicas, o diagnóstico precoce é a chave. Contribui para o sucesso dos tratamentos, como no caso de Eurico e evita a prescrição de terapêuticas mais invasivas.