Ao ser ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Margarida Balseiro Lopes disse que está a trabalhar com o Ministério da Saúde para incluir “no sistema de rastreio de base populacional do cancro do colo do útero as pessoas registadas com nome masculino, mas com útero”.
"Prevê-se que esta alteração possa ser feita ainda neste ano, estando disponível no próximo ciclo de rastreios", adiantou, segundo escreve a Lusa, na sua intervenção inicial.
A ministra referiu, tendo por base dados de um estudo recente da Agências para os Direitos Fundamentais (FRA), da União Europeia, que a as pessoas LGBTI (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Trans e Intersexo) continuam a ser alvo de discriminação, tanto no acesso ao mercado de trabalho, como na educação e no acesso a serviços de saúde, por causa da sua orientação sexual ou identidade de género.
Cancro do colo do útero
O cancro do colo do útero tem, sempre, na sua origem uma infeção pelo Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco. O HPV é um vírus facilmente transmissível e habitualmente eliminado pelo organismo. Porém, há casos em que não desaparece e pode dar origem ao cancro e doenças genitais.
Atualmente, o HPV é considerado o 2.º carcinogéneo que mais gera cancro, logo a seguir ao tabaco, estando associado a 5% dos cancros no geral e a 10% dos cancros na mulher.
O rastreio, através de realização do teste de HPV, está recomendado a cada três anos para mulheres entre os 21 e os 60 anos. A prevenção do cancro do colo do útero passa pela vacinação profilática contra o HPV, realização de citologias de controlo, utilização do preservativo, não fumar e ter uma alimentação equilibrada.
No vídeo abaixo, Eduardo Rosa, médico ginecologista da Clínica IERA Lisboa, explica quais são os principais sintomas e fatores de risco associados ao cancro do colo do útero. Em Portugal, esta neoplasia maligna é a sétima mais frequente entre as mulheres.