A Federação Portuguesa de Psicoterapia vai levar à Assembleia da República uma petição para regulamentar a profissão de psicoterapia. Considera que tem de ser considerada uma atividade autónoma. As ordens dos médicos e dos psicólogos não concordam.
É através do diálogo que o psicoterapeuta identifica o problema e define o caminho para o tratamento. Não há no processo psicoterapêutico recurso a medicamentos, nem exames de diagnóstico. A abordagem é baseada na desconstrução do pensamento e na análise das emoções que, para os profissionais, distingue a psicoterapia das outras especialidades da área da saúde mental.
O exercício da psicoterapia implica atualmente formação prévia em psicologia, medicina ou enfermagem, exigência que a Federação Portuguesa de Psicoterapia pretende ver alterada com a inclusão de profissionais fora da área da saúde.
Contudo, a exigência é contestada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses.
A Federação pretende que a psicoterapia seja considerada uma profissão autónoma com regulamentação própria. Garante, que, assim, confere maior responsabilidade a quem a pratica.
O Ministério da Saúde pediu às ordens dos médicos e dos psicólogos para se pronunciarem sobre o assunto. Num parecer conjunto, as duas ordens sublinharam que a psicoterapia "não pode ser entendida como uma profissão, mas sim como um método de intervenção utilizado por diferentes profissões e profissionais". Entendem que a profissão se deve centralizar na atividade clínica de médicos e psicólogos com o "controlo normativo, ético e científico das respetivas ordens profissionais".
A Federação Portuguesa de Psicoterapia vai entregar uma petição na Assembleia da República para os diferentes grupos parlamentares se pronunciarem sobre o assunto.