Vila Nova de Gaia segue as pisadas do hospital da Póvoa de Varzim para reduzir as falsas urgências, mas arrisca dar um passo mais à frente tornando-se pioneira a aplicar a portaria na urgência pediátrica.
Para esta decisão contribuiu a experiência do último ano de pedir, de forma voluntária a pais dos doentes mais pequenos que optassem por uma consulta nos cuidados primários.
"Na área da pediatria identificamos 2031 crianças com critérios de ser enviadas dos quais conseguimos referenciar 254, ou seja, não houve nenhuma intercorrência da confiança para arrancar com este projeto", garantiu Rui Guimarães, Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Gaia.
A partir de amanhã, também na pediatria, passa a ser obrigatório, em Gaia encaminhar para os centros de saúde casos não urgentes, sem referência prévia da Linha SNS24, mas há exceções para os mais frágeis.
“Qualquer situação abaixo de um ano está excecionada, depois entorses, acidentes, traumas, ou doenças crónicas como diabetes ou asma, vamos manter por questão de segurança no hospital”, acrescentou.
Quanto aos demais, o Hospital diz que é preciso confiar no acompanhamento feito pela Linha SNS24 e nos cuidados primários.
“Tendo uma cobertura de 99% temos todo o sinal de certeza, por outro lado se for necessário referenciar caso para urgência vai passar à frente de todos na sala de espera, um nível de prioridade que cria aqui confiança no percurso”, esclareceu.
O Centro Hospitalar de Gaia será pioneiro no alargamento à pediatria deste projeto "Ligue antes, salve vida", mas há outras experiências a decorrer, embora com outro enquadramento.
"Falo do Hospital Amadora Sintra que conseguiu retomar o atendimento na área pediátrica noturna com um projeto semelhante, filtrando atendimentos indicados pela Linha SNS24, a experiência começou no mês de fevereiro com níveis de sucesso interessantes", afirmou o Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Gaia.
Na urgência pediátrica de Gaia são atendidas em média, por dia, 130 crianças mais de metade (53%) são casos não urgentes.