Já se duvidava se o adoçante poderia ser cancerígeno. No próximo mês, o adoçante mais utilizado do mundo deverá confirmar essa dúvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a Reuters. No dia a dia, nem sabemos, mas consumimos produtos com este adoçante.
Aspartame é usado em produtos como a Coca-Cola Zero e em algumas pastilhas elásticas e esses serão produtos da lista que sairá este mês que apontará este adoçante como “possivelmente cancerígenos para humanos”. Este estudo foi feito pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), um organismo da OMS.
Já houve decisões semelhantes da IARC no passado para diferentes substâncias e essas levantaram preocupações entre os consumidores sobre seu uso, o que levou a ações judiciais e pressionou os fabricantes a recriar receitas e encontrar alternativas.
A OMS já tinha alertado que os adoçantes não são eficazes no controlo de peso a longo prazo e podem ter efeitos indesejados se utilizados durante muito tempo, como o aumento do risco de diabetes tipo 2.
O uso de adoçantes sintéticos ou artificiais foram também associados pela agência da ONU a problemas cardiovasculares e maior mortalidade na idade adulta.
Da mesma forma, um estudo britânico, publicado no International Journal of Molecular Sciences, apurou que os adoçantes artificiais comuns podem fazer com que bactérias intestinais saudáveis se tornem doentes e invadam a parede intestinal, podendo causar sérios problemas de saúde.
Produtos do dia a dia que contêm (ou podem conter) aspartame:
- Coca-Cola Zero
- Fanta
- Sumos em pó
- Chás industrializados
- Pastilhas elásticas
- Iogurtes
- Gelatinas
- Gomas
Adoçante… até agora
Desde 1981 que a comunidade científica, nomeadamente o JECFA (Comité de Especialistas em Aditivos Alimentares da OMS) refere que o aspartame é seguro de consumir dentro de certos limites diários. Como exemplifica a Reuters, um adulto de 60 quilos teria que beber entre 12 a 36 latas de refrigerante da Coca-Cola Zero todos os dias para causar algum perigo.
No entanto, com o novo estudo da IARC, os relatório serão contraditórios e confusos. Tendo isso em conta, a indústria e os reguladores receiam que manter os dois processos ao mesmo tempo possa ser confuso.
O uso do aspartame é autorizado globalmente por reguladores que reviram todas as evidências disponíveis, e os principais fabricantes de alimentos e bebidas há décadas que defendem o uso do ingrediente. A IARC afirma que avaliou 1.300 estudos nesta sua revisão de junho.
Ajustes recentes nas receitas dos refrigerantes da Pepsi demonstram a luta que a indústria enfrenta quando se trata de equilibrar as preferências de sabor com as preocupações com a saúde. A Pepsi removeu o aspartame dos refrigerantes em 2015, trazendo-o de volta um ano depois, apenas para o remover novamente em 2020.