Saúde e Bem-estar

Antidepressivo e antirrugas: como é que o beijo nos faz bem

No Dia do Beijo, esclarecemos mitos e curiosidades com uma médica dentista, olhamos para alguns dos recordes mundiais mais insólitos e vamos até àquela que (muitos) pensam ser a origem deste gesto de afeto.

Um dos beijos mais famosos do mundo, trocado entre um marinheiro e uma enfermeira na Times Square, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para celebrar o fim da II Guerra Mundial (1945)

Cláudia Machado

Um dia não são dias, mas parece que todos podem ser bons para beijar e alguns dos motivos têm mesmo uma base científica. Entre mitos e curiosidades, há pelo menos uma certeza: o beijo é “sem dúvida” antidepressivo, garante à SIC Notícias Diana Valente, médica dentista na Clínica Santa Madalena.

A justificação está “nos quatro tipos de neurotransmissores” libertados no ato de beijar.

Libertamos dopamina, que nos dá prazer; a serotonina, que nos dá a ‘excitação’,a epinefrina, que nos dá a sensação de coração acelerado pelo aumento da frequência cardíaca, e a oxitocina que nos dá a sensação do afeto e confiança”, explica Diana Valente.

E estas sensações positivas acabam por se refletir na pele quase que como um antirrugas natural.

Devido ao número de neurotransmissores associados ao beijo, podemos afirmar que pessoas que beijam assiduamente são mais felizes e consequentemente envelhecem mais tarde”, acrescenta a médica dentista.

A linha que separa os cuidados dos mitos

O beijo tem muito que se lhe diga e nem tudo chega a ser verdade. Como, por exemplo, será que a cárie é transmitida pelo beijo? Não, não é uma doença transmissível. Mas outras o são.

“Existem doenças como a mononucleose infecciosa, que é mesmo conhecida como a ‘doença do beijo’, e que pode ser transmitida dessa forma”, alerta Diana Valente.

Ainda assim, “o beijo entre indivíduos saudáveis não tem qualquer impacto negativo na transmissão de doenças”, conclui a dentista.

O leilão do beijo mais caro e o maior ‘beijaço’ do mundo

No livro de recordes mais famoso do mundo, não faltam menções a beijos. Uma delas foi conquistada a peso de ouro ou não tivessem sido precisos 50 mil dólares, algo como mais de 45 mil euros, para a materializar.

Trata-se do beijo mais caro alguma vez leiloado, aconteceu em 2003, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e teve como protagonista Sharon Stone.

A atriz fez jus à fama de ‘femme fatal’ e beijou, com toda a convicção, a vencedora do prémio, Joni Rimm. O dinheiro, conta-nos o Guiness, destinou-se a alimentar um projeto solidário que serve refeições a portadores de HIV/Sida.

Da América do Norte para o Sul, chega-nos o recorde do maior número de casais que se beijaram em simultâneo. A conquista teve lugar em 2014, em São Paulo, no Brasil. Uma marca de cerveja conseguiu que 13.577 pares participassem no ‘beijaço’.

Porque é que nos beijamos?

Neste Dia do Beijo, assinalado a 13 de abril, olhamos também para a origem da demonstração de afeto, que já deu tanto que pensar que se tornou numa ciência, com nome próprio: ‘philematology’ ou filematologia.

Ainda são muitas as dúvidas sobre sua origem, mas algumas teorias apontam para que tenha muito mais que ver com sobrevivência do que com romance.

Como, por exemplo, os antepassados dos humanos terem fortalecido a relação entre mãe e filho pela alimentação boca a boca.

Enquanto nos faltam certezas sobre como tudo começou, pelo menos sabemos como tudo acontece. Dependendo da intensidade do beijo, podemos colocar em ação mais de 25 músculos, entre lábios e língua. Dá até para “concluir que esta ação ativa o maior número de músculos do corpo”, conta a dentista Diana Valente.

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