O professor de Saúde Pública Internacional entende que falar de várias doenças, como hepatite, sarampo e gripe, remete para causas diferentes, umas mais relacionadas com a pandemia que outras.
Os casos de hepatite aguda atípica nas crianças têm aumentado, sobretudo na Europa e nos EUA. Todavia, as causas para esta doença ainda estão por determinar. Tiago Correia esclarece que, para já, “não há qualquer relação com aquilo que foi a gestão da pandemia da covid-19”.
No que toca a doenças como sarampo, gripes, gastroenterites e alergias, existe uma “relação direta com a gestão da covid-19”.
O professor de Saúde Pública Internacional considera que o facto de “não estarmos expostos a estes agentes infecciosos durante dois anos” tornou-nos mais suscetíveis a estas doenças “fora de tempo”, cujas reações são “mais intensas que o habitual”.
Na ótica do professor de Saúde Pública Internacional, o caso do sarampo é “paradigmático” das consequências negativas da gestão da pandemia, no sentido em que se verificou uma diminuição das campanhas de vacinação contra esta doença.
“Sabíamos que antes da covid-19, era necessário manter uma taxa de vacinação na ordem dos 95% para manter esta doença minimamente controlada“, avisa Tiago Correia.
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