Ranking das Escolas 2023

Ranking das escolas é "publicidade enganosa" não se pode "comparar o incomparável"

O ranking das escolas portuguesas, referente ao ano letivo de 2022/23, no ensino público e privado tem gerado alguma controvérsia. Em causa está o critério utilizado para avaliar a prestação das instituições de ensino. A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) questionam a utilidade deste ranking.

Mariana Jerónimo

Esta sexta-feira foi divulgado o Ranking das Escolas secundárias e básicas, públicas e privadas, referente ao ano letivo 2022/2023, em Portugal. O Governo admite que existem limitações neste tipo de rankings mas que podem ser úteis para identificar pontos a melhorar.

O Presidente da direção da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) defende que a utilidade destes rankings é "relativa". Filinto Lima sugere que sejam utilizados outros critérios de avaliação das escolas que não tenham como base ''uma hora e meia ou duas horas de exame ao fim de três anos de estudo".

Acrescenta que os resultados divulgados não resultam de um "ranking de escolas" e que podem resultar em "publicidade enganosa".

"Não é verdade que a escola em primeiro lugar seja a melhor escola. O que é verdade, é que aquela escola tem os alunos que obtiveram os melhores resultados. Se querem graduar as escolas pelo seu mérito, então que pensem no nosso tipo de graduação ou critérios", defende Filinto Lima.

Do lado do ensino privado, Rodrigo Queiroz e Melo acredita que dizer que uma escola é "melhor ou pior" é "comparar o incomparável".

Defende que, tendo em conta que o critério utilizado foi os resultados dos alunos portugueses nos exames nacionais, afirmar que a escola em primeiro lugar no ranking é melhor que outra que obteve uma classificação inferior, não é uma questão de "justiça ou injustiça" mas antes um "disparate".

Ainda assim, considera este ranking como algo "positivo e útil" que permite ficar a conhecer a realidade escolar no país.

"O ranking o que nos traz é muito claro que temos de olhar para o sistema educativo e ter a coragem de fazer algumas reformas", frisou o Diretor-executivo da Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).

"O ranking mostra-nos grandes desigualdades, por outro lado mostra-nos escolas públicas com muitas dificuldades a fazer um ótimo trabalho e escolas públicas com muitas dificuldades a não fazer um ótimo trabalho. Penso que a informação ajuda-nos a todos a melhorar".

Os resultados divulgados, esta sexta-feira, mostram que o ensino privado continua a liderar a tabela com melhores resultados enquanto o ensino público desceu em relação ao ano de 2022.

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