Há um ano, Michael submeteu-se a uma cirurgia inovadora: foram-lhe implantadas no cérebro pequenas sondas ligadas a um neuroestimulador colocado na zona do peito. Este dispositivo envia impulsos elétricos que ajudam a regular os sinais motores afetados pela doença. Quando o desliga, o tremor na sua mão regressa de imediato – uma prova clara da eficácia do tratamento.
A grande revolução? Michael pode ajustar o seu neuroestimulador através de uma aplicação no telemóvel. E não está sozinho. Uma investigação conduzida pelo Hospital da Universidade de Munique está a testar a eficácia da programação remota destes dispositivos. Através de videochamadas, médicos em sete centros na Alemanha acompanharam 50 pacientes com Parkinson e estimulação cerebral profunda. Os resultados são promissores: a telemedicina revelou-se tão segura e eficaz como as consultas presenciais.
Este avanço é particularmente relevante, considerando que apenas um quinto dos doentes com Parkinson está atualmente a receber uma terapia eficaz. A possibilidade de ajustar o tratamento remotamente elimina a necessidade de longas deslocações a hospitais e permite um acompanhamento mais frequente e personalizado.
Michael é um exemplo inspirador. Apenas quatro semanas após a cirurgia, já estava de volta ao ginásio.
“O efeito foi imediato, não hesitaria em voltar a tomar esta decisão.”
Segundo especialistas, estima-se que existam cerca de 400 mil pessoas com Parkinson na Alemanha, número que tende a aumentar com o envelhecimento da população. Embora a doença continue sem cura, soluções como os neuroestimuladores representam um salto significativo na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.