Desde que foi detetada pela primeira vez no rio Reno, em 2014, esta espécie de moluscos, originária do Mar Negro, invadiu e colonizou seis lagos suíços. No lago Léman, o maior lago da Europa Ocidental, que se estende por território suíço e francês, foi detetada a 250 metros de profundidade.
Os pescadores dos lagos há muito que sentem os efeitos desta invasão e há também riscos para os sistemas de filtragem das águas que, em parte, abastecem as povoações mais próximas. Mas são sobretudo os dados colaterais que estão a alertar a comunidade cientifica.
Os investigadores estimam que a população de moluscos possa aumentar 20 vezes e alterar por completo a vida dos lagos e das populações mais próximas.
Os papagaios da Patagónia
O fim do verão é também um começo do fluxo migratório das aves, como os papagaios da Patagónia, na Argentina. O voo em bando deveria encher os céus de imagens poéticas outonais, não fosse o destino final da viagem dos papagaios o local errado.
Na última década, a povoação de Hilario Ascasubi, perto da capital argentina Buenos Aires, foi invadida por milhares de aves. Há já um papagaio para cada 500 habitantes porque, na verdade, os papagaios perderam as casas.
A convivência com o ambiente urbano está a perturbar outra espécie. Os humanos que se queixam de cabos elétricos destruídos pelo peso das aves, águas contaminadas pelos excrementos dos papagaios e muito mais.
É mais um dos dilemas deste planeta que a humanidade quer no século XXI, mas em que a natureza preferia que o tempo tivesse parado. Quando voltar o verão, os papagaios regressam à Patagónia, aos ‘habitats’ selvagens.
Mas no próximo outono, regressarão aqui, se não houver avanços na reflorestação da Argentina.