Durante meses, um ex-trabalhador do aeroporto de Lisboa fingiu ser piloto da TAP. Vendia bilhetes mais baratos, especialmente para o Brasil. Dezenas de clientes pagaram, mas, ao chegarem ao aeroporto, descobriram que não havia reservas.O esquema foi liderado por Helmar Fernando Correia, que não era piloto nem trabalhava na TAP. Vendia voos a preços muito baixos, alegando que eram bilhetes de staff.
Michelle Silveira, uma das vítimas, contou que comprou bilhetes para os filhos visitarem a família no Brasil, mas o voo de ida e volta afinal era só de ida, e agora não tem dinheiro para trazê-los de volta. Outra vítima, Tuane, pagou 600 euros por uma viagem de ida e volta que normalmente custaria 1.400 euros, acreditando que o bilhete era legítimo. Ao chegar ao aeroporto, descobriu que não havia reserva.
A SIC descobriu que Helmar tinha trabalhado para uma empresa que prestava serviços no aeroporto, mas nunca foi piloto. Apesar de insistir que algumas pessoas conseguiram viajar com os bilhetes, muitas ficaram em terra. O esquema ganhou força quando os bilhetes começaram a ser divulgados nas redes sociais, através de influenciadoras como Ana Clara Mota, que promovia o negócio.
Iara Alves, que também vendia os bilhetes de Helmar, chegou a viajar, incialmente, sem problemas. Conheceu Helmar no aeroporto, onde usava uniforme e credenciais falsas, e vendia os bilhetes diretamente no local, o que a fez acreditar na legitimidade do esquema. Iara afirmou que não lucrou com a revenda dos bilhetes, apenas facilitou as vendas para os seus clientes.
Helmar admitiu que perdeu o controlo e usava o dinheiro de alguns clientes para comprar bilhetes para outros, o que eventualmente resultou no colapso do esquema. Várias vítimas denunciaram o caso à polícia, e houve relatos de ameaças com armas, que Helmar negou.
A TAP e a Groundforce apresentaram queixa contra Helmar. O suspeito diz que planeia devolver o dinheiro, mas até agora, poucos foram reembolsados.