Contas Poupança

Crédito à habitação: os cuidados a ter ao fixar a prestação

Neste momento já pode pedir ao seu banco para fixar a sua prestação do crédito à habitação durante dois anos, com um desconto de 30%. O Contas-Poupança fez as contas e explica-lhe porque deve ter cuidado com este apoio.

Pedro Andersson

Gonçalo Soares

Flávio Valente

Neste momento, existem pelo menos dois apoios importantes se está a ter dificuldades em pagar o seu crédito à habitação: a fixação da prestação durante dois anos (a 70% da Euribor) e a bonificação dos juros por parte do Estado. Ambos são explicados no Contas-Poupança desta quarta-feira.

Comecemos pela bonificação. Milhares de portugueses têm direito a uma ajuda de até 800 euros por ano para pagar os juros, mas ainda não fizeram o pedido no banco. Quer saber se tem direito?

Esta ajuda é para:

- quem comprou casa até 15 de março de 2023,
- pagou até 250 mil euros, com taxa variável.
- até quem está no 6º escalão do IRS (ou seja, quem tem rendimentos até cerca de 39.000 euros por ano).

No entanto, há um senão: não pode ter mais de 29 786,66 € euros de poupança ou em investimentos.

Se preenche os requisitos pode e deve fazer o pedido no seu banco. A maior parte deles tem um formulário online para preencher no seu computador ou telemóvel. Depois, é só aguardar a resposta. Se o pedido for aceite, o banco deposita-lhe na conta entre 75 %e 100% do que estiver a pagar acima de 3% de juros.

Para um crédito de 100 mil euros, estamos a falar de um apoio mensal de 60 ou 70 euros. Se está convencido de que preenche as condições, peça este apoio o mais depressa possível - tem retroativos a janeiro.

Este apoio da bonificação dos juros não tem nenhuma desvantagem. É de facto um apoio propriamente dito.

Se fixar a prestação, no final paga mais

Não é o caso da fixação da prestação do crédito à habitação durante dois anos. Também tem de fazer o pedido ao banco, através dos formulários que encontra online ou nos balcões dos bancos, mas ao contrário da bonificação dos juros, esta possibilidade é para todos os clientes independentemente dos rendimentos, dos montantes e da taxa de esforço.

O problema é que o não pagar agora, paga depois e mais caro. Com esta medida, embora a prestação baixe cerca de 50, 60 ou 70 euros por mês (dependendo do valor em dívida) o que vai pagar mensalmente é 100% dos juros que teria de pagar se não aderisse a este apoio.

Juros nunca são perdoados

O que vai baixar na realidade é o valor da amortização. Isto é, durante os dois anos adia o que devia ao banco, mas os juros nunca são perdoados.

A parte positiva é que não fica "marcado" no Banco de Portugal. É uma renegociação regular, que fica anotada com base no tal decreto-lei 91 e não por incumprimento.

Se entretanto mudar de banco, pode manter o apoio. Ter aderido não é impedimento para mudar para um banco que lhe faça um “spread” mais baixo.

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