Cartaz

"Macbeth" de Shakespeare no São Luiz: "Um texto atual sobre a guerra, as vítimas e o abuso de poder"

A democracia e os valores humanos em tempos de guerra são abordados de uma forma contemporânea na versão de Heiner Müller de "Macbeth", de William Shakespeare. A peça pode ser vista até 23 de fevereiro no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Mariana Xavier

Edgar Ascensão

Margarida Borges Martins

Na tragédia "Macbeth" de William Shakespeare, o general Macbeth terá de matar o rei para conseguir subir ao trono. O encenador português, Paulo Castro, leva ao Teatro São Luiz, a versão do dramaturgo alemão Heiner Müller.

"Inesperadamente, o texto é muito fiel ao original de Shakespeare. A adaptação é mais sanguinária, vingativa, escura, mas a estrutura da história não muda", explica Paulo Castro.

William Shakespeare escreveu o texto há mais de 400 anos, em 1623, onde aborda a guerra, a democracia e os valores humanos.

"Passados estes anos todos, este texto continua muito atual, é um texto sobre a guerra, as vítimas, o abuso de poder, a autodestruição do próprio poder", garante o encenador"

"Eu acho que estes textos e estes espetáculos servem para alertar que precisamos de ter mais consciência e tentar agir de alguma forma", acrescenta o ator Ivo Alexandre.

O encenador Paulo Castro é diretor artístico no Strings Attached Theatre of Dosability, em Adelaide, na Austrália, onde trabalha com pessoas com necessidades especiais. No último projeto incluiu soldados australianos regressados da frente de combate com Trastorno Pós-Traumático de Guerra.

Paulo Castro regressou a Portugal para encenar "Macbeth", que está em cena até 23 de fevereiro, no Teatro São Luiz, em Lisboa.

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