Vitorino: "Dei 10 anos da minha vida pro bono à revolução e ao povo português"
O músico Vitorino atua este domingo na Casa da Música e dias 4 e 5 de março no Teatro Variedades. No Porto, tem convidados e será distinguido.
O músico com 50 anos de carreira é um nome incontornável da luta pela liberdade. Aos 83 anos mantém o espírito insubmisso.
No ano passado lançou "Não Sei do Que é Que Se Trata, Mas Não Concordo". Um álbum com originais seus, do cúmplice António Lobo Antunes e estreou-se a cantar um poema de Florbela Espanca, que viveu durante alguns anos no Redondo, vila alentejana do cantor.
Nascido numa família de músicos, pensava seguir outra via artística, a de ilustrador de Banda Desenhada. Chegou a estudar na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, mas foi para Paris, em 1968. Absorveu o turbilhão da cidade e cantou na rua. Um sustento que se revelou um modo de vida.
Foi na capital francesa que esboçou "Menina Estás à Janela", que sairia no álbum de estreia "Semear Salsa ao Reguinho", de 1975. Conheceu Zeca Afonso na tropa, no Algarve. A amizade tornou-se cumplicidade musical e tal como com Adriano Correia de Oliveira, andaram pelo país, a cantar a Liberdade.
A carreira é distinguida, este domingo, pela ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, com a Medalha de Mérito Cultural.
O músico considera que a ministra é a mensageira de um reconhecimento que parte do povo português e não se importa de dizer que acha justo, pela dedicação que teve, com os camaradas de música, durante uma década pela revolução e pelo povo.
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