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À Mesa dos Generais: receitas com 200 anos assinalam Dia Nacional das Linhas de Torres

A 20 de outubro comemora-se o Dia Nacional das Linhas de Torres, relembrando a importância deste sistema de defesa perante as invasões francesas. Para assinalar a data, 22 restaurantes de seis concelhos unem-se para levar À Mesa dos Generais, várias receitas com mais de 200 anos.

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Entre 13 a 22 de outubro, 22 restaurantes da denominada região das Linhas de Torres, reinterpretam receitas oitocentistas fazendo-nos reviver refeições que incentivaram as tropas portuguesas e inspiraram os generais (principalmente os aliados britânicos) na defesa do território nacional perante a invasão das tropas napoleónicas. A iniciativa À Mesa dos Generais, explica-se em comunicado, vai apresentar “pratos históricos reinventados”, que remetem para sabores que familiares.

Cada um dos 22 restaurantes, dos seis municípios envolvidos na iniciativa (Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Vila Franca de Xira e Torres Vedras) recuperou pelo menos duas receitas (entrada, prato principal ou sobremesa) históricas, “à luz dos nossos dias mas respeitando o receituário oitocentista”. As diversas opções são harmonizadas com vinhos da região. Em paralelo com a mostra gastronómica estão agendadas diversas iniciativas de lazer abertas ao público, que podem ser consultadas na página da Rota Histórica das Linhas de Torres.

Aula de História

Antes de conhecer algumas das sugestões disponíveis nos 10 dias da iniciativa À Mesa dos Generais, explique-se que a 20 de outubro é comemorado o Dia Nacional das Linhas de Torres, o conhecido sistema militar defensivo composto por 152 fortificações e outros edifícios similares, construídos no início do século XIX (1809 e 1810), na zona de Torres Vedras, com o objetivo de proteger Lisboa das invasões napoleónicas. Com o britânico Arthur Wellesley (mais conhecido por Duque de Wellington) aos comandos do exército anglo-luso, a invasão do inimigo – encabeçada pelo francês André Masséna – foi travada mantendo-se hasteadas as bandeiras do então Reino de Portugal.

Bife Welligton ou Cabidela à Napoleão?

Um dos objetivos desta mostra gastronómica é precisamente retomar a memória de certos paladares, tendo em atenção as limitações da época, como as formas de conservação à época eram a salga, o fumeiro, o vinagre ou o álcool, explica a organização. Segundo Francisco Silva, chef do À Roda do Tacho, um dos novos restaurantes aderentes à iniciativa À Mesa dos Generais, “o desafio foi trazer para os dias de hoje sabores de outro século. Há um trabalho de pesquisa que teve de ser feito no sentido de perceber quais os produtos mais usados na península de Lisboa no início do século XIX e de que forma eram condimentados. Foi nesse sentido que optámos por colocar produtos como a galinha ou o peixe no menu”. Assim, no À Roda dos Tachos, localizado em Vialonga, é possível provar, por €25, um menu composto por “Sopa de peixe e ervas aromáticas”, “Galinha corada”, “Bolo de nozes e ovos moles”, harmonizado com Bucellas Arinto 2022.

Já na Adega do Convento, em Mafra, o menu custa €30 e integra “Empada de coelho”, “Língua de vaca com sabor a molho Madeira” e “Pudim de pão com passas embebidas em vinho do Porto”, complementado com Quinta de Sant’Ana, tinto. No restaurante Roots, em Torres Vedras, sugere-se, “Bife Welligton com batata-doce frita e espargos salteados”, no menu com preço fixo de €26,50, que inclui um copo de Dory AdegaMãe, couvert, sobremesa e café. Outras opções temáticas são o “Galo de cabidela à Napoleão Bonaparte” no restaurante Sonho Imprevisto, em Arruda dos Vinhos, “Bife Wellington com legumes no formo”, no Restaurante Típico Pôr do Sol, em Sobral de Monte Agraço, e “Mexilhão à General Wellington”, no Moinho do Paul, no concelho de Torres Vedras.

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