A história de Virginie Madeira começou em 1998, quando tinha 14 anos. Uma colega fez-lhe uma confidência íntima e Virginie achou que tinha de retribuir. Conta-lhe então que sofria abusos por parte do pai.
Em entrevista ao Luso-Jornal a jovem explicou que “era muito reservada, com poucos amigos, e um dia para que uma colega se interessasse mais por ela disse-lhe que o meu pai tinha abusado de mim sexualmente”.
"Como tinha visto uma situação semelhante na televisão, decidi dizer-lhe que o meu pai abusava de mim, mas pedi-lhe para não contar a ninguém. Só que eIa foi dizer à directora da escola", contou a lusodescendente.
Quando foi chamada ao gabinete da directora e explica que não foi “capaz de negar fosse o que fosse”. Foi colocada num centro de acolhimento para vítimas de maus tratos durante a investigação e julgamento.
Virgine confessa entretanto à mãe que tudo não passou de uma mentira. Em 2002, decide escrever um livro com a ajuda de uma jornalista, para revelar que, afinal, o seu pai é inocente.
Diz ter, entretanto, escrito cartas ao presidente da República e ao ministro da Justiça, mas nunca obteve resposta. “Falei ainda com uma deputada e com duas advogadas, que me meteram medo ao insistirem que podia ir para a prisão", disse a jovem.
O pai foi entretanto condenado a 12 de prisão. Saiu em liberdade condicional após ter cumprido seis anos.
Veja a reportagem feita pela televisão francesa "Ina.fr" em 2006