Rita Matias é ouvida, esta segunda-feira, pelo Ministério Público. Em causa está o facto de ter lido nomes de crianças estrangeiras matriculadas numa escola em Lisboa, alegando que passam à frente das crianças portuguesas, sem nunca o ter conseguido provar. André Ventura também é visado no inquérito-crime, mas é Rita Matias quem arrisca pagar 500 euros por dia se for sancionada.
Foi no dia 4 de julho de 2025. O Parlamento debatia as alterações à lei da nacionalidade quando André Ventura decidiu lançar achas para a fogueira e referir os nomes estrangeiros de crianças matriculadas numa escola em Lisboa.
Os protestos vieram logo de várias bancadas. Mas a indignação não ficou pelo Parlamento. O Ministério Público abriu um inquérito-crime ao presidente do Chega e também a Rita Matias. Antes da sessão no Parlamento, a deputada tinha feito a leitura dos nomes de crianças nas redes sociais.
Na altura, o líder do Chega afirmou que a lista era "pública", mas Rita Matias admitiu que não tinha confirmado a "veracidade" da mesma.
Sete associações de encarregados de educação de escolas em Lisboa divulgaram uma carta aberta de repúdio às declarações. A Comissão Nacional de Proteção de Dados também abriu um processo de averiguações.
Esta segunda-feira, a deputada do Chega é ouvida pelos procuradores do Ministério Público.
Os pais de uma das crianças exigem que a deputada apague o vídeo que publicou e que se retrate publicamente num prazo máximo de 10 dias. Se não o fizer, querem que Rita Matias seja sancionada ao pagamento de uma sanção mínima de 500 euros por dia até que peça desculpa.