Política

"Não apoiamos nem corruptos nem bandidos": André Ventura reage à demissão e exoneração de Ana Caldeira

Ana Caldeira, que está a ser julgada pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, foi exonerada do grupo parlamentar do Chega e demitida do conselho de jurisdição do Chega. A demissão e exoneração acontecem depois de a SIC ter noticiado que Ana Caldeira terá tentado burlar um ex-sócio, ao falsificar a assinatura de uma mulher que já morreu.

SIC Notícias

O presidente do Chega já reagiu à demissão e exoneração de Ana Caldeira. André Ventura garante que fez o que tinha de ser feito e que o Chega não protege "bandidos".

Ana Caldeira, que está a ser julgada pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, abandonou esta sexta-feira todas as funções que detinha no Chega.

A demissão e exoneração acontecem depois de a SIC ter noticiado que Ana Caldeira terá tentado burlar um ex-sócio, ao falsificar a assinatura de uma mulher que já morreu.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura diz que fez o que tinha de ser feito e que o partido não protege "bandidos".

"A dr. Ana Caldeira apresentou ontem [quinta-feira] ao final do dia a sua demissão do lugar de vice-presidente do Conselho de Jurisdição Nacional e foi hoje exonerada das funções no grupo parlamentar do Chega. Tomei a decisão que tinha de tomar e pedi as explicações que tinha de pedir. (…)", garantiu.
"Nós não acolhemos nem corruptos, nem bandidos, nem os protegemos. Portanto, tomamos logo decisões face a eles”, acrescentou André Ventura.

Ontem, o líder do Chega, que garantiu à SIC desconhecer o caso, já tinha afirmado que iriam existir consequências para Ana Caldeira.

O caso que afastou Ana Caldeira

Segundo o despacho de acusação a que a SIC teve acesso, em março de 2022, Ana Caldeira, advogada de profissão, disse a um antigo sócio que tinha uma cliente a precisar de 6 mil euros com urgência. Para convencê-lo a emprestar o dinheiro, garantiu-lhe que em seis meses receberia de volta 10 mil euros.

O acordo entre os dois ficou selado, num contrato de confissão de dívida e num Termo de Autenticação, registados no site da Ordem dos Advogados.

Os dois documentos estavam supostamente assinados por Maria Amélia Martins, a suposta cliente de Ana Caldeira que precisava do dinheiro com urgência. Acontece que Maria Amélia Martins morreu em março de 2015.

Segundo o despacho do Ministério Público, Ana Caldeira falsificou a assinatura de Maria Amélia Martins "com o objetivo de fazer sua a quantia de 6 mil euros".

Ana Caldeira ainda devolveu os seis mil euros, mas ficou a dever os juros prometidos. Agora está a ser julgada pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos.

A SIC tentou contactar a defesa de Ana Caldeira, mas até agora não obteve resposta.

Últimas