Política

Dezenas de militantes abandonam Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua relativiza as saídas

Avolumam-se os problemas no Bloco de Esquerda, agora com a saída de mais de 70 militantes em Portalegre. A coordenadora do partido relativiza as saídas e garante que os demissionários fazem parte de uma corrente minoritária apoiante da Rússia.

Miguel Mota

Miguel Castro

Eleita há quase dois anos, Mariana Mortágua enfrenta, por estes dias, talvez o momento interno mais conturbado desde que é líder do Bloco de Esquerda (BE).

O caso dos despedimentos de trabalhadoras do partidoque tinha sido mãeshá pouco tempo levara já, no início do mês, à demissão de quatro dirigentes da Comissão Política que acusaram a direção de não querer apurar responsabilidades.

Um argumento que volta agora a ser invocado por 73 militantes de Portalegre, que anunciaram esta terça-feira a saída do partido e criticaram ainda a falta de apoios no distrito. Mas para Mariana Mortágua, são outras as razões que motivaram esta decisão.

"As desvinculações que estão a acontecer no BE, estão a acontecer por parte de membros de uma corrente interna e que tem divergências políticas e tem um afastamento político da direção do BE e até e outras correntes e outras moções do BE, que se tem vindo a acentuar e a agravar nos últimos anos. E essa divergência política teve como centro principal a questão da Ucrânia e da Rússia e do facto de o BE ter defendido o apoio militar à Ucrânia para que ela se pudesse defender da invasão russa", disse a coordenadora do BE.

Mariana Mortágua adiantou que dos 73 pedidos de desvinculação anunciados, o partido só recebeu 12 e rejeitou também que exista falta de democracia interna.

"Todos os militantes, tenham a opinião que tiverem, desde que cumpram os estatutos do BE e as posições políticas mínimas do be são muito bem vindos. Aliás, o BE é conhecido, e até às vezes paga um preço por isso, por ter divergências muito públicas e ter convenções abertas totalmente abertas com diferentes moções que se organizam, e que pensam de forma diferente e que estão representadas no BE nos mais diferentes órgãos", complementou Mortágua.

O Bloco de Esquerda elege a nova liderança a 31 de maio e 1 de junho, sendo Mariana Mortágua novamente candidata a coordenadora do partido.

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