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Montenegro desvaloriza pedido de documentos no caso Spinumviva: "Não é nada de mais"

O Ministério Público pediu mais documentos ao primeiro-ministro sobre a empresa familiar, no âmbito do caso Spinumviva. Luís Montenegro fala num pedido "muito normal" e garante apresentar tudo o que foi solicitado para "que o assunto seja encerrado".

Daniel Pascoal

“Posso dizer que não é nada de mais”. Luís Montenegro reagiu assim ao pedido do Ministério Público (MP) para que divulgue mais documentação sobre a Spinumviva, a empresa da família do primeiro-ministro. O chefe de Governo diz que se trata de um elemento adicional e espera “encerrar o assunto” o mais breve possível.

“É um pedido muito normal, de poder complementar a informação que já tive a ocasião de remeter, ainda antes do verão, para o processo. Não é nada de mais. Aproveitarei a tarde [desta sexta-feira] para tentar reunir os documentos que me foram solicitados e enviá-los o mais breve possível, com o desejo de que eles possam finalizar a apreciação e que o assunto seja encerrado”

O que está em causa?

A informação que o Ministério Público dispõe sobre a Spinumviva foi analisada, mas não se mostrou suficiente. A revelação foi feita pelo Procurador-geral da República (PGR), Amadeu Guerra, em entrevista ao jornal Nascer do Sol.

O PGR adianta que na próxima semana vai fazer um ponto de situação com o diretor do DCIAP sobre vários inquéritos e vai indagar as razões da demora e a justificação.

"Acho isso legítimo, é aliás a minha obrigação. Mas já fui criticado por isso. Agora, eu não dou efetivamente instruções concretas em AP [averiguação preventiva] ou em inquéritos", disse.

O caso Spinumviva

A polémica com a empresa Spinumviva surgiu com notícias do Correio da Manhã que indicavam que a empresa familiar do primeiro-ministro se dedicava, entre outras atividades, à compra e venda de imóveis.

Na sequência abriu-se a discussão sobre a eventual atividade profissional do primeiro-ministro em paralelo ao exercício de funções governativas e sobre a identidade dos clientes da empresa e possíveis conflitos de interesse.

O Ministério Público pretende determinar se existem indícios que justifiquem a abertura de inquérito criminal ou se o caso é arquivado.

Recorde-se que o caso Spinumviva levou à queda do primeiro Governo de Luís Montenegro, após ter sido chumbada no Parlamento uma moção de confiança, no passado mês de março, e às eleições antecipadas de maio.

Com LUSA

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