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Bebé nasce em ambulância "a cinco minutos" da maternidade em Coimbra

Uma bebé nasceu esta segunda-feira numa ambulância dos Bombeiros de Ílhavo, a cinco minutos da maternidade em Coimbra. O parto decorreu sem complicações, com o apoio da VMER de Aveiro. Os bombeiros alertam que situações como esta têm sido recorrentes devido aos frequentes encerramentos da urgência de Ginecologia e Obstetrícia em Aveiro.

Catarina Lúcia Carvalho

Sérgio Campos

Um bebé nasceu dentro de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, esta segunda-feira, quando a mãe estava a ser transportada para a maternidade em Coimbra.

A grávida teve de ser encaminhada para Coimbra porque a urgência de obstetrícia do hospital de Aveiro estava encerrada durante a madrugada.

Apesar de tudo, o parto correu bem e a mãe chegou ao hospital já com o bebé nos braços. A menina nasceu às 06:08 da manhã, dentro da ambulância dos bombeiros.

Durante o transporte, os bombeiros contaram com o apoio da equipa da VMER de Aveiro. O parto aconteceu no percurso entre a Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, e a Maternidade Daniel de Matos, em Coimbra.

"Faltavam cinco minutos para chegarmos a maternidade quando a mãe avisou que estava em trabalho de parto. Tivemos de encostar a ambulância e 10 segundos depois a criança estava a nascer", disse o bombeiro Nuno Pereira.

Com os sucessivos encerramentos da urgência de Ginecologia e Obstetrícia em Aveiro, situações como esta têm sido recorrentes.

"Já tem acontecido. Infelizmente o hospital de Aveiro está com a obstetrícia fechada e temos de recorrer a outros hospitais", afirmou Nuno Pereira.
"Num caso, no dia 11 de abril, (...) não conseguimos chegar a Coimbra e a criança nasceu na entrada da autoestrada", acrescentou Artur Ferreira, comandante dos bombeiros de Ílhavo.

Numa outra ocorrência, já em agosto, os mesmos bombeiros transportaram uma grávida de manhã para a urgência de Obstetrícia do Hospital da Feira, mas a mulher foi enviada para casa. Ao final da tarde, voltaram a transportá-la, já em trabalho de parto, para Coimbra, também num dia em que o bloco de partos em Aveiro estava encerrado.

"Uma deslocação daqui para Coimbra demora cerca de duas horas, sendo que se fosse aqui para o hospital de Aveiro demorava cerca de 30 minutos", explicou Artur Ferreira

"As ambulância não são para ter partos"

Apesar de terem formação para assistir partos, os bombeiros sublinham que as ambulâncias não são o local ideal para o nascimento de uma criança.

"As ambulâncias não são para ter partos. Não se trata de falta de preparação, mas sim do facto de as condições adequadas para um nascimento existirem num hospital ou numa maternidade, e não numa ambulância", sublinhou o bombeiro Nuno Coelho.
"Numa ambulância há pouco espaço", acrescentou Nuno Pereira.

Ainda assim, e apesar das limitações de espaço, o parto decorreu sem contratempos. Os Bombeiros de Ílhavo indicam que mãe e filha estão bem.

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