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"Não foi o PSD que preferiu aliar-se ao Chega, foi o PS que preferiu não participar no processo de elaboração legislativa"

As alterações à lei de estrangeiros foram aprovadas no Parlamento com os votos do PSD, Chega e CDS, apesar das críticas pela falta de pareceres e pela rapidez do processo. Sebastião Bugalho, eurodeputado do PSD, defende que estas medidas já constavam no programa da Aliança Democrática (AD) e que o debate sobre imigração não deve ser automaticamente associado à extrema-direita.

Mariana Jerónimo

As alterações à lei de estrangeiros foram, esta quarta-feira, aprovadas no Parlamento com os votos do PSD, Chega e CDS e com muitas críticas à falta de pareceres obrigatórios e à pressa do Governo (menos de um mês), que levou à abstenção da Iniciativa Liberal (IL).

Em entrevista à SIC Notícias, Sebastião Bugalho recorda que o Chega começou a incluir o tema da imigração no seu discurso ainda antes de este ganhar destaque no debate público, mas sublinha que o partido se focou mais em apontar problemas do que em apresentar soluções.

Ainda assim, o eurodeputado do PSD sublinha que todas essas medidas já constavam do programa da Aliança Democrática (AD) nas últimas eleições legislativas.

"Já constava do programa da AD, que foi a votos e saiu vencedor nas legislativas de maio, tudo aquilo que está a ser feito agora: o pacote legislativo relacionado com a imigração, a criação de uma unidade policial para o controlo de fronteiras e as alterações à lei da nacionalidade", refere.

Sebastião Bugalho considera que se tornou consensual que a questão da imigração precisava de ser resolvida, mas alerta para aqueles que associam automaticamente o debate sobre imigração à extrema-direita.

Defende que o pacote legislativo do Governo de Luís Montenegro não tem apenas como objetivo corrigir os erros do passado, mas funciona também como um mecanismo preventivo para o futuro.

"Não foi o PSD que se aliou ao Chega"

O eurodeputado rejeita que o PSD tenha preferido aliar-se ao Chega e acusa o PS de não ter demonstrado vontade de participar no processo de elaboração legislativa.

Relembra que o atual Executivo sempre defendeu o diálogo com todos os partidos e garante que não vai ignorar a segunda nem a terceira força política.

Saúde será destaque no debate do Estado da Nação

O debate sobre o "Estado da Nação", o último em que o primeiro-ministro participa antes da interrupção dos trabalhos parlamentares para as férias do verão, acontece esta quinta-feira, dia 17 de julho, na Assembleia da República.

O tema da Saúde e as recentes polémicas envolvendo a ministra Ana Paula Martins deverão marcar o debate, mas Sebastião Bugalho defende que o Governo não deve ter receio de enfrentar esta questão a fundo. Ainda assim, deixa um aviso: é fundamental não negligenciar nem fugir aos problemas.

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