A confirmação de que a demolição ia mesmo avançar apareceu com a chegada das máquinas e da polícia. Os 161 moradores do Bairro do Talude, avisados na sexta-feira por um edital, chegaram a deitar-se no chão para impedir o avanço das máquinas.
De nada valeu. 5 barracas acabaram por escapar à ordem de evacuação porque os moradores interpuseram uma providência cautelar.
A Câmara de Loures diz que, depois da demolição, vai procurar soluções para as famílias, mas só para pouco mais de metade. Ou seja, apesar de viverem em Loures nestas barracas, como não votam no concelho, não têm direito a apoio social.
Com o avanço das máquinas, houve quem tivesse deitado mãos à obra e tentado desmontar com as próprias mãos as casas improvisadas para assim poder usar o material para as montar novamente noutro sítio.
Para muitos, a alternativa é dormir na rua. A vereadora diz que a Câmara se oferece para pagar um mês de renda e um mês de caução a quem encontrar novo sítio para morar. Disse aos jornalistas que, com os moradores, não houve conversa.
A autarquia diz que, até agora, tinha demolido 55 barracas; com estas, passam para 120. E avisa que vai ordenar novas demolições nas próximas semanas.