O candidato a Presidente da República Henrique Gouveia Melo, considera que "a imigração tornou-se um problema" que "não se pode estender para baixo do tapete, quer se queira quer não". O almirante na reserva diz que não se pretende "ter duas ou três sociedades diferentes a viver no mesmo território".
"Vamos ter de alguma forma de regular este fenómeno, integrar as pessoas que estão cá", defendeu, esta segunda-feira, na Câmara de Comércio e Industria de Ponta Delgada (CCIPD), onde esteve para proferir uma conferência sobre geoestratégia internacional, no âmbito de um périplo em que vai tocar quatro ilhas dos Açores.
"Não precisamos de qualquer gente"
O candidato reconheceu que a "solução não será simples", havendo que criar "um bloco de medidas que vão definir uma política", sendo que o país necessita de gente face à sua situação de "inverno demográfico".
"Claro que precisamos de gente, por causa da nossa demografia. Mas não é qualquer gente. Devemos de alguma forma conseguir controlar os fluxos para defender também os interesses portugueses, havendo uma parte humanitária que será sempre garantida", defendeu o candidato.
Henrique Gouveia Melo ressalvou que "o que se fez até agora foi uma política derrubada e pouco controlada que fez com que a própria sociedade começasse a reagir" e, nessa reação, "até se pudesse extremar", o que "também é negativo em termos de resultados da imigração".
Concorrência na corrida a Belém está “desfasada" da realidade
Gouveia e Melo afirmou ainda que a sua concorrência na corrida à Presidência da República "ainda fala da experiência antiga", quando esta é uma oferta "desfasada e antiquada" face ao mundo atual.
"O que eu noto, em termos da minha concorrência, é que ainda falam da experiência antiga, da política antiga, e isso é uma oferta desfasada e antiquada em coisas que já não interessa ao mundo", declarou o almirante, em Ponta Delgada, nos Açores.
Henrique Gouveia Melo considerou que, por sua vez, o Governo "já começou a mudar", uma vez que no âmbito das legislativas nacionais "não falou de reformas e agora vem com um programa fortemente reformista", o que "já é uma adaptação".
Portugal é "peixe pequeno" e EUA são "amigo" em mundo de tubarões
No âmbito da sua conferência, Henrique Gouveia Melo defendeu que se assiste a uma "ordem internacional alterada" em que prevalece o "poder da força" que se "sobrepõe à diplomacia".
Neste quadro, em que Portugal se apresenta como um pequeno país, a solução "são as suas alianças", tendo defendido os EUA como aliado natural.Henrique Gouveia Melo destacou a "posição gigantesca" dos Açores no Atlântico e nas relações transatlânticas, sendo que a sua importância vai "multiplicar-se por dez" na nova economia.
O almirante é apologista da criação de uma "grande base aeronaval" nos Açores no quadro da NATO, uma vez que o arquipélago é "a rotunda da Aliança Atlântica".O candidato considerou que as Lajes "são um garante de segurança" e disse que num mundo de tubarões, em que Portugal é um peixe pequeno, "o amigo do país são os EUA".
Com Lusa