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Lei dos estrangeiros? Imigrantes preocupados com alterações que Governo quer

O Governo pretende apertar as regras de imigração, com alterações à lei da nacionalidade. Vai manter o reagrupamento familiar, mas limitado. Os imigrantes que já enfrentam enormes dificuldades burocráticas no processo estão preocupados.

Márcia Torres

Filipe Barbosa

Vítor Moreira

Bruno Lima realizou o sonho de trazer o filho para viver com ele há um ano. Em Portugal desde 2023, no mês passado conseguiu o título de residência - essencial para avançar com o processo de reagrupamento familiar. 

“Infelizmente, a gente sofre com a burocracia.Fui três vezes à AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo], acordei às 5:00 da manhã, para tentar ser atendido e não consegui. Já tentei fazer o reagrupamento familiar pelo site da AIMA, também bão consigo”, relata. 

A somar à agonia burocrática, Bruno diz ser difícil gerir as emoções do filho de 16 anos, que está já integrado na escola e que fica receoso com a tão falada alteração às leis de imigração. Por isso, afirma que foi um alívio ouvir a garantia do Governo de que vai manter o reagrupamento familiar. 

“Traz tranquilidade, porque não é fácil a vida de imigrante”, explica, contando que o filho receava que a família fosse “mandada embora” do país. 

As associações que apoiam os imigrantes estão preocupadas com as alterações à lei da nacionalidade propostas pelo Governo. 

“Acreditamos que seja o objetivo maior desse discurso da extrema-direita: forçar o regresso dessas famílias para as suas terras de origem”, afirma Marcel Borges, da Associação dos Imigrantes e Trabalhadores por Aplicação. 

Olha, por isso, com “bons olhos” para a intenção do Governo de não extinguir a hipótese do reagrupamento familiar e coloca-se à disposição para acelerar os processos. 

O Governo quer apertar as regras de imigração, política que está no topo das prioridades de um programa que acaba de ser apresentado e validado pelo Parlamento.

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