Bruno Lima realizou o sonho de trazer o filho para viver com ele há um ano. Em Portugal desde 2023, só no mês passado conseguiu o título de residência - essencial para avançar com o processo de reagrupamento familiar.
“Infelizmente, a gente sofre com a burocracia.Fui três vezes à AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo], acordei às 5:00 da manhã, para tentar ser atendido e não consegui. Já tentei fazer o reagrupamento familiar pelo site da AIMA, também bão consigo”, relata.
A somar à agonia burocrática, Bruno diz ser difícil gerir as emoções do filho de 16 anos, que está já integrado na escola e que fica receoso com a tão falada alteração às leis de imigração. Por isso, afirma que foi um alívio ouvir a garantia do Governo de que vai manter o reagrupamento familiar.
“Traz tranquilidade, porque não é fácil a vida de imigrante”, explica, contando que o filho receava que a família fosse “mandada embora” do país.
As associações que apoiam os imigrantes estão preocupadas com as alterações à lei da nacionalidade propostas pelo Governo.
“Acreditamos que seja o objetivo maior desse discurso da extrema-direita: forçar o regresso dessas famílias para as suas terras de origem”, afirma Marcel Borges, da Associação dos Imigrantes e Trabalhadores por Aplicação.
Olha, por isso, com “bons olhos” para a intenção do Governo de não extinguir a hipótese do reagrupamento familiar e coloca-se à disposição para acelerar os processos.
O Governo quer apertar as regras de imigração, política que está no topo das prioridades de um programa que acaba de ser apresentado e validado pelo Parlamento.