O ator Adérito Lopes foi agredido esta terça-feira à porta do teatro Cinearte antes de entrar para um espetáculo da companhia “A Barraca”. O constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia defende que é necessária a criação, por parte do governo, de um programa de prevenção para este tipo de crimes.
“Houve de facto um crime de ofensas corporais graves, porque neste caso presume-se que o ferimento causado no ator também teve por trás a expressão de um ódio de natureza política, julgo eu, isso não é muito claro, ainda e também todo o ambiente de coação que foi exercido sobre os atores ao chegarem ao teatro para fazerem a peça e, portanto, julgo que isto é uma situação que realmente se tem vindo a repetir”, diz à SIC Notícias.
Para o constitucionalista é necessário da parte das autoridades “uma articulação e recolher informações sobre um conjunto de atos que aparentemente já não são isolados e que se inserem em alguns grupos extremistas que pretendem pôr em prática os valores democráticos”.
“Temos de cortar o mal pela raiz e, portanto, penso que as autoridades devem agir. O Governo tem de mostrar aquilo que pode fazer, sobretudo o ministério da administração interna, por um programa preventivo de policiamento para evitar que isto aconteça”, afirma o constitucionalista.
O ator, entretanto, já está em casa. Fonte próxima, que estava no local quando ocorreram as agressões, confirmou à SIC que o ator saiu do hospital por volta das 2:00 e que ainda voltou para o teatro.
Adérito Lopes foi agredido com um soco no olho, provavelmente com uma soqueira ou com anéis, cerca de uma hora antes do espetáculo, revela a mesma fonte. Foi levado para o hospital pelos bombeiros. Ficou com rasgões na cara e teve de levar pontos.