Uma carta aberta a pedir uma resposta legislativa em relação ao aumento dos casos de violência de extrema-direita foi enviada aos grupos parlamentares da Assembleia da República. A carta surge depois da agressão ao ator Adérito Lopes à porta do teatro A Barraca e foi também enviada ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia da República.
Hugo Costeira mostra-se "surpreso surpreso com o facto de isto ser associado à extrema-direita".
"Independentemente de todas as motivações que existem, acho que estas pessoas vivem a violência, independentemente daquilo que defendem", considera o especialista em segurança.
"Acho que para eles a questão da violência é muito mais importante do que qualquer ideal que eles acham que realmente estão, no fundo, a defender", acrescenta.
Questionado sobre se podemos estar perante crimes de ódio? Hugo Costeira responde:
"Podemos estar perante crimes de ódio, podemos estar aqui com qualquer outra situação, mas realmente estas são pessoas que procuram ódio, procuram ódio, procuram confronto, vivem do confronto, vivem da ameaça física, da violência gratuita.
É um pequeno grupo que vive do ódio, vive para o ódio, vive para a agressão, para um insulto gratuito".
Sociedade mais intolerante?
O especialista em segurança não tem dúvidas de que "estamos a viver cada vez mais de forma intolerante".
"Acho que isso é notório, acho também que há um grande sentimento de impunidade.
Aquilo que nós chamamos do justiceiro do teclado, que são aquelas pessoas que se escondem através de perfis falsos e às vezes perfis mais ou menos verdadeiros".
Hugo Costeira refere também aqueles que, além de se esconderem atrás de um teclado, vão para as ruas, espalhar a violência e agredir pessoas.
"Essa é a segunda parte, mas eu tendo a acreditar que são pessoas ligeiramente diferentes. Há realmente aquele que se esconde atrás do teclado e não têm coragem de ir para a rua e há outros para quem a violência gratuita não tem qualquer tipo de pudor e, portanto, tanto insultam atrás do teclado como vêm para a rua para a violência gratuita".
O especialista em segurança avalia ainda a situação da violência no desporto, da perda da autoridade da polícia e da importância da sensibilização das novas gerações para estas questões.