O vice-presidente da Associação Frente Cívica afirmou, na antena da SIC Notícias, que o setor da Defesa é “muito opaco”, difícil de escrutinar e com uma incapacidade para regular conflitos de interesse.
Sublinha que, para além de ser um mercado limitado e com poucos fornecedores, existe uma “proximidade estrutural” das Forças Armadas com os fornecedores de material.
“Temos demasiados atores militares e ex-militares que se transformam em delegados de empresas de material”, alerta.
João Paulo Batalha diz, por isso, que este é o “cocktail perfeito de riscos de corrupção”: incapacidade em regular conflitos de interesse, “portas giratórias”, e uma proximidade “excessiva” entre quem vende e quem compra equipamentos.
Sublinha, ainda, que este é um setor “muito opaco” onde se fala, muitas vezes, de segredo militar e cláusulas secretas nos contratos “muito difíceis de escrutinar”.
Considera, por isso, pouco surpreendentes as buscas da PJ ao Estado-Maior da Força Aérea e empresas de helicópteros por suspeitas de corrupção.
“Vimos a colecionar vários casos de corrupção”.
A Polícia Judiciária está esta quinta-feira a realizar buscas nas instalações do Estado-Maior da Força Aérea e em empresas de meios aéreos por suspeitas de corrupção em concursos para a aquisição de helicópteros.
Há suspeitas de viciação das regras de contratação pública, ao longo dos últimos anos, na adjudicação de meios aéreos a empresas privadas para combate a incêndios rurais. O Estado terá sido lesado em milhões de euros.