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Filas nos serviços consulares: técnicos de migração admitem estar "exaustos psicologicamente"

À porta da Direção-Geral dos Assuntos Consulares, no Porto, estavam, esta quarta-feira, mais de 300 nepaleses, 45 africanos e outros portugueses, mas apenas foram disponibilizadas 180 senhas.

Tiago Monteiro

Márcia Silva Gonçalves

Carolina Piedade

Carlos Carvalho

Rodrigo Rimourinho

Centenas de imigrantes estão a passar a noite à porta da Direção-Geral dos Assuntos Consulares em Lisboa e no Porto. Precisam apenas de um carimbo para autenticar o registo criminal, mas os serviços estão com dificuldades em responder por falta de pessoal. 

Muitos imigrantes tiveram de passar a noite a dormir no chão da Rua do Rosário, no Porto, sem comer, nem beber. 

Tudo isto, para conseguir um carimbo para autenticar o registo criminal. 

Alguns chegam da região da Grande Lisboa na tentativa de serem atendidos. 

"Ao fim de dois dias de espera,decidimos passar cá a noite", revela à SIC uma das muitas pessoas presentes nas longas filas. 

À porta da Direção-Geral dos Assuntos Consulares, no Porto, mais de 300 nepaleses, 45 africanos e outros portugueses, mas apenas 180 senhas por dia. 

O cenário repete-se em Lisboa, onde há grávidas e crianças à espera há dois dias. 

Para se organizarem criaram uma lista. Existe uma fila para os prioritários, outra para quem dormiu na rua. 

Técnicos admitem dificuldades

Há dificuldades cá fora e dificuldades lá dentro: 

“Estamos num ponto de quase rutura do nosso pessoal e é extremamente difícil conseguir resolver o assunto porque nós lidamos com o drama humano e não é só uma questão de estarmos cansados em termos profissionais, é estarmos exaustos em termos psicológicos porque vivemos estes dramas humanos que são terríveis, alguns”, admite Manuela Niza, presidente do Sindicato dos Técnicos de Migração. 

Com o fim das manifestações de interesse, a AIMA passou a exigir o registo criminal autenticado.  

Agora, os imigrantes têm de pedir o documento na embaixada ou no consulado do país de origem. 

Depois, é preciso autenticar o registo com um carimbo da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas para que o processo possa entrar na AIMA. 

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