Dezenas de imigrantes protestaram ontem em Odemira contra as deportações anunciadas pelo Governo. Pedem mecanismos de legalização mais eficazes para quem quer continuar a viver e trabalhar em Portugal.
São sobretudo indianos, nepaleses e bengalis. Trabalham há vários anos na agricultura, mas também no comércio e no turismo. Vieram em busca de uma vida melhor, só que não conseguem regularizar-se perante a lei e agora têm receio de serem deportados.
A maioria diz ter seguido todos os passos para obter o título de residência português, mas foram identificados como "irregulares" noutro país e o nome entrou para a "lista de não-admissão" do Espaço Schengen. E se saírem de Portugal, poderão não regressar.
No início deste mês, o Governo anunciou que vai notificar cerca de 4.500 pessoas em situação ilegal para abandonarem Portugal, de forma voluntária, no prazo de 20 dias. Uma decisão que a plataforma Solidariedade Imigrante considera injusta.
A associação estima que residam hoje, só no concelho de Odemira, cerca de 15 mil cidadãos estrangeiros - isto, sem contar com aqueles que estão em situação ilegal.